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Dados positivos de inflação vão ajudar? Corte de juros tem tirado o sono de Powell

15 jul 2024, 15:11 - atualizado em 15 jul 2024, 16:06
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Últimas leituras da inflação mostraram “mais progresso”, disse Powell (Imagem: Reuters/Amanda Andrade-Rhoades)

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, disse que as três últimas leituras da inflação mostraram “mais progresso” e aumentam a confiança para cortar juros, após um primeiro trimestre estagnado. “Tivemos três leituras melhores e, se fizermos a média delas, é uma posição muito boa”, disse no Clube Econômico de Washington.

Powell afirmou que o banco central norte-americano não acha apropriado cortar juros até ter confiança de que a inflação está caminhando para a meta. E é, justamente, isso que eles tem esperado ao realizar a manutenção da taxa de referência.

Em junho, o índice de preços ao consumidor nos Estados Unidos (CPI, na sigla em inglês) caiu 0,1%, após ficar estável em maio e subir 0,3% em abril. Em 12 meses, o índice foi a 3%.

O presidente destacou ainda que o Fed não deve esperar a inflação atingir os 2% para iniciar o corte de juros. “Se você esperar a inflação chegar a 2%, você provavelmente esperou muito tempo”, disse.

Sobre a decisão de quando começar a afrouxar a política monetária, Powell confessou que o equilíbrio entre começar o afrouxamento monetário muito cedo ou muito tarde tem “tirado o seu sono”.

“Se aliviarmos muito cedo, podemos minar o progresso da inflação e, se esperarmos demais, podemos minar a atividade econômica e a expansão. Queremos acertar isso”, disse.

“Quando vermos que a inflação está em um caminho sustentável para a meta, iremos cortar juros”, destacou.

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Quando os EUA vão cortar juros?

As apostas entre investidores têm se inclinado para que o Fed inicie os cortes nos juros em setembro. Segundo o monitor CME FedWatch, o Comitê pode realizar até três cortes este ano.

Atualmente, a taxa de referência nos EUA segue no intervalo entre 5,25% e 5,50% — o maior em 22 anos. As expectativas são as seguintes:

  • 31 de julho: 93,3% apostam na manutenção da taxa em 5,25%-5,50%;
  • 18 de setembro: 93,3% apostam em um corte de 0,25 ponto percentual (p.p.), levando a taxa para 5%-5,25%;
  • 7 de novembro: 60,4% apostam em um corte de 0,25 p.p., levando a taxa para 4,75-5%;
  • 18 de dezembro: 55,2% apostam em um corte de 0,25 p.p., levando a taxa para 4,50%-4,75%.