EUA: CPI faz ‘olhos brilharem’ e mercado fica otimista com corte de juros; veja as apostas para o Fed
Os preços ao consumidor dos Estados Unidos (EUA), que esfriaram mais do que o esperado no mês passado, fizeram com que o mercado aumentasse as apostas para o corte de juros já neste ano, a partir de setembro.
Agora, a chance de um início da flexibilização da política monetária no nono mês do ano é de 61,7%. Antes da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), o mercado estava dividido entre setembro e novembro — até ontem (11) as probabilidades de redução em setembro eram de 48,3%.
Os operadores também aumentaram as apostas em um segundo corte na taxa dos EUA pelo Federal Reserve (Fed) em novembro e dezembro. As chances são de 32,1% no penúltimo mês de 2024 e de 43,1% no último.
Para a decisão de hoje, que será divulgada às 15h (horário de Brasília) desta quarta-feira (12), o mercado já está convencido de uma manutenção nos juros no atual patamar de 5,25% a 5,50%. O mesmo já é majoritariamente cogitado para a reunião de julho.
Com a expectativa geral de que as taxas permanecerão inalteradas, o foco está na orientação do Fed. A inflação permanece acima da meta e a atividade segue robusta, o que deve fazer com que o banco central norte-americano tenha paciência ao determinar quando irá ajustar a taxa.
CPI esfria mais do que o esperado
Os preços ao consumidor dos EUA ficaram inalterados em maio diante da gasolina mais barata. A leitura, divulgada pelo Departamento do Trabalho nesta quarta-feira, mostra desaceleração após aumento de 0,3% em abril e, nos 12 meses até maio, avançou 3,3%, de 3,4% em abril.
O índice de preços ao consumidor tem apresentado uma tendência de queda desde que registrou leituras fortes em fevereiro e março. As pressões dos preços podem continuar a se moderar à medida que os principais varejistas reduzem os preços de produtos, na tentativa de atrair os consumidores preocupados com a inflação.
Embora o aumento anual dos preços ao consumidor tenha desacelerado em relação ao pico de 9,1% em junho de 2022, a inflação continua acima da meta de 2%.
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Os economistas Bernardo Dutra e Gabriella Garcia, do Itaú Unibanco, indicam que o número de hoje indica “uma leitura muito melhor do Core PCE, em 0,10% mês a mês, muito mais fraco do que as leituras anteriores”. Isso, inclusive, ajuda o Fed a indicar que um corte em setembro estará em aberto.
O núcleo de serviços, por sua vez, ficou abaixo das expectativas do banco, principalmente devido a uma queda em serviços de transporte, incluindo tarifas aéreas, mas principalmente em seguro de veículos. “Isso resultou em um núcleo de CPI e Super Core muito mais fracos”, dizem.
O núcleo do CPI dos EUA foi de 0,16% em maio, abaixo das expectativas do Itaú de 0,27% e do consenso de mercado de 0,3%. Em 12 meses, o núcleo do CPI caiu para 3,4%.
*Com informações da Reuters