EUA enfrentam desafio de urnas vulneráveis a hackers
Depois que hackers russos se esforçaram para se infiltrar no aparato de votação dos Estados Unidos em 2016, alguns estados adotaram restrições de acesso à Internet em seus sistemas de contagem de votos. O Colorado eliminou códigos de barras usados para ler cédulas eletronicamente. A Califórnia reforçou as regras para urnas eletrônicas que podem ser conectadas. Ohio comprou urnas que deliberadamente excluem recursos de tecnologia sem fio.
Michigan seguiu um caminho diferente e autorizou uma verba de US$ 82 milhões para máquinas que dependem de modems sem fio para se conectar à Internet. Autoridades estaduais justificaram a medida dizendo que é a melhor maneira de satisfazer um público impaciente que deseja resultados instantâneos.
O problema é que conectar urnas à Internet pública, principalmente sem fio, deixa todo o sistema vulnerável, segundo especialistas em segurança cibernética. Portanto, a nova secretária de Estado de Michigan avalia usar parte dos US$ 10 milhões em fundos federais das eleições para retirar esses modems antes das primárias presidenciais de março.
“O sistema que herdamos não é ideal para segurança, pois nosso equipamento eleitoral pode se conectar e se conectou à Internet”, disse Jocelyn Benson, que venceu a eleição como secretária de Estado e assumiu o cargo em janeiro de 2019. Ela convocou um comitê de especialistas em segurança cibernética para avaliar as vulnerabilidades do sistema eleitoral estadual. “Se é isso que o comitê recomenda, vamos eliminá-los.”
A experiência de Michigan ilustra um desafio espinhoso para as autoridades eleitorais estaduais e locais que tentam modernizar equipamentos antigos e inseguros: a tecnologia que evoluiu ao longo de duas décadas para transferir rapidamente os resultados das eleições dos distritos para as organizações de notícias – que fazem projeções sobre os vencedores – agora foi rotulada como um risco de segurança cibernética.