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EUA e China: As duas maiores economias do mundo rumam para a recessão?

16 maio 2022, 11:35 - atualizado em 16 maio 2022, 11:35
Joe Biden e Xi Jinping EUA China recessão PIB
Centro das atenções: EUA de Biden e China de Xi Jinping preocupam o mercado (Imagem: REUTERS/ Lintao Zhang/Pool)

Olhares voltados para a economia chinesa: ontem foram divulgados dados importantes para a segunda maior potência econômica do mundo, referentes ao mês de abril, como as vendas no varejo e da produção industrial.

O primeiro apresentou queda expressiva de 11,1% no comparativo interanual, ante expectativa de queda de 6,1%. Já a indústria recuou 2,9%, quando se esperava crescimento de 0,4% frente a abril do ano passado.

Ainda sobre os olhares das grandes economias, os dados das vendas do varejo dos EUA, assim como as falas de Jerome Powell, estarão no radar dos investidores.

O primeiro trará a dinâmica de um setor que tem sido afetado pela inflação no país, o que poderá trazer preocupações quanto a uma maior desaceleração da atividade ao longo do ano; e, somado a esta preocupação, o presidente do Fed, o Federal Reserve, colocará na mesa se seguirá mesmo com a política de aumento dos juros indicada na última reunião.

Trazendo mais detalhes da economia da China, os motivos para os dados negativos são explicados pelas medidas de isolamento social com a política de tolerância zero à Covid no país.

Sabíamos que os impactos seriam negativos na atividade econômica no período, porém, a magnitude, sem dúvida, traz preocupações quanto aos impactos na atividade neste segundo trimestre do ano.

Os sinais de uma freada da China

Aliás, para não exaltar o espanto com esses dados negativos, o PMI de serviços da China, divulgado há algumas semanas, já havia alertado do impacto das medidas no país, com o dado na faixa dos 37 pontos, indicando a significativa queda nas expectativas da atividade econômica nos próximos meses.

Assim, ainda que recentemente houve o relaxamento das medidas de isolamento no país, um dos efeitos da atividade mais fraca na economia chinesa poderá ser visto no preço das commodities, em que, espera-se o desaquecimento da demanda e consequentemente o arrefecimento nos preços.

Entretanto, será essencial observar os estímulos, sejam fiscais como monetários no país nos próximos dias, com o intuito de estimular a economia, o que poderá minimizar o desequilíbrio de oferta e demanda mundial das commodities.

Não há dúvida que a semana já poderá começar com aumento da volatilidade para os mercados, já que as incertezas quanto à retomada econômica no país através dos estímulos, sejam fiscais ou monetários, ainda serão mensuradas nos próximos meses.

E desta forma revisões para o PIB mundial deverão mostrar uma atividade em desaceleração, contudo, na minha avaliação é que, por ora, podemos descartar o risco de recessão das duas grandes potências econômicas.

Fernanda Mansano é mestre em economia com experiência de mais de 10 anos no mercado financeiro, passando por instituições financeiras e a bolsa de valores brasileira. Atualmente é economista-chefe na Empiricus.

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