Commodities

EUA e Brasil veem espaço para avanço do etanol antes de transição para elétricos

30 out 2020, 15:42 - atualizado em 30 out 2020, 15:42
Combustíveis Gasolina Diesel Etanol
“Há muita esperança (de redução das emissões) relacionada aos veículos elétricos, mas a frota atual ainda existirá por muito tempo”, disse Brian Healy, diretor de desenvolvimento do mercado de etanol do U.S. Grains Council (Imagem: Agência Brasil/Tomaz Silva)

Os Estados Unidos e o Brasil, dois produtores líderes de etanol, veem potencial para um grande aumento no consumo mundial do biocombustível como uma forma definitiva de reduzir as emissões de carbono, enquanto ocorre a transição para os veículos totalmente elétricos, indicaram representantes da indústria nesta semana.

“Há muita esperança (de redução das emissões) relacionada aos veículos elétricos, mas a frota atual ainda existirá por muito tempo”, disse Brian Healy, diretor de desenvolvimento do mercado de etanol do U.S. Grains Council, acrescentando que a mistura de biocombustíveis em carros com motor a combustão é a maneira mais rápida de se melhorar a qualidade do ar.

Durante participação na Conferência Internacional de Açúcar e Etanol da Datagro, realizada nesta semana, Healy afirmou que os países devem se movimentar mais rapidamente para implementar planos de mistura do etanol à gasolina.

Diversos países e regiões de todo o mundo estão discutindo ou estabelecendo metas para aumentar o uso de biocombustíveis, como China, Canadá, Reino Unido, Índia, México, Vietnã, África do Sul e Austrália, mas houve adiamentos generalizados.

Analistas veem uma relutância de alguns países em depender de fontes renováveis de energia se não puderem produzi-las, como é o caso da China, que adiou sua meta para uma política nacional de mistura E10.

Lara Bacellar, gerente-executiva de trading de etanol da Copersucar, uma das maiores comercializadoras do mundo, disse que se todas as obrigações e políticas globais para as misturas fossem cumpridas, incluindo a proposição dos EUA para a gasolina E15, a demanda poderia saltar em até 55 bilhões de litros por ano.

“Essa ações iriam na direção do cumprimento do acordo climático de Paris, utilizando um produto que é eficiente na redução de emissões e que está disponível”, afirmou.

Especialistas veem as misturas como uma estratégia particularmente importante na redução da poluição em economias emergentes, onde a revolução dos veículos elétricos levará muito mais tempo para ocorrer devido à necessidade de grandes investimentos na infraestrutura de recarga.

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