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EUA e as redes que usaram bitcoin para financiamento ao terrorismo

13 ago 2020, 14:29 - atualizado em 13 ago 2020, 14:33
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O governo disse que a iniciativa desta semana “representa o maior confisco de criptoativos do governo no contexto de terrorismo” (Imagem: Crypto Times)

Agentes governamentais dos EUA disseram nesta quinta-feira (13) terem confiscado ou estarem obtendo controle dos fundos retidos em quase 300 endereços de bitcoin como parte de uma ampla repressão de três redes de financiamento ao terrorismo.

As três redes, segundo os agentes, envolviam as organizações al-Qaeda, ISIS e Hamas pelas Brigadas de al-Qassam.

Em uma declaração, agentes afirmaram que as três redes aplicaram uma abordagem multifacetada de arrecadação que incluía o uso de campanhas focadas em bitcoin e vendas ilícitas de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) durante a pandemia da COVID-19.

O governo disse que a iniciativa desta semana “representa o maior confisco de criptoativos do governo no contexto de terrorismo”.

Em uma publicação, a empresa de análise em blockchain Chainalysis disse que a investigação teve “mais de US$ 1 milhão equivalente em criptoativos recuperados de campanhas de financiamento ao terrorismo e de facilitadores financeiros que operam empresas de serviços monetários não licenciadas”.

“Não deve ser surpresa que nossos inimigos usam tecnologias modernas, plataformas de redes sociais e criptoativos que facilitam seus planos maus e violentos”, disse William Barr, procurador-geral.

“O Departamento de Justiça irá aplicar todos os recursos disponíveis para proteger as vidas e a segurança do público americano de grupos terroristas.”

No contexto da al-Qaeda, procuradores alegaram em documentos do tribunal que os grupos sírios Al-Nusrah Front e Hay’at Tahrir al-Sham usaram Telegram e redes sociais para promover as iniciativas de financiamento de bitcoin desde 2019.

Os documentos publicados pelo tribunal afirmam que o governo dos EUA buscam confiscar as 155 contas de endereço de bitcoin.

Infelizmente, o bitcoin ainda continua sendo usado para fins ilegais por conta de sua facilidade e rapidez (Imagem: Freepik/drobotdean)

Em uma ação judicial distinta, promotores foram atrás da rede operada pela al-Qassam, que envolvia o uso de dois sites, bem como cinco contas detidas por uma “instituição financeira” desconhecida.

A acusação identificou “53 contas de criptomoedas” e “127 propriedades de criptomoedas” para confisco e detalhou uma campanha de três estágios envolvendo o uso de 12 corretoras desconhecidas, bem como endereços pessoais.

A acusação parece usar “contas” para se referir às existentes em corretoras e “propriedades” para os ativos existentes em endereços individuais.

Agentes disseram que, “trabalhando juntos, agentes do IRS [Serviço Interno de Receita], HSI [Investigações de Segurança Nacional] e do FBI [Departamento Federal de Investigação] rastrearam e confiscaram todas as 150 contas cripto que lavaram fundos para e das contas das Brigadas al-Qassam”.

A campanha relacionada ao ISIS focou na venda fraudulenta de EPIs, principalmente de máscaras N95 que foram aprovadas pela Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA).

“A acusação de apreensão sigilosa confiscou o site de Cakar, bem como quatro páginas no Facebook usadas para facilitar o esquema. Com essa terceira ação, os Estados Unidos adverte a futura vitimização daqueles que buscam por equipamentos protetivos contra a COVID-19 e interrompeu o financiamento contínuo do ISIS”, segundo o governo.

Como se dá o financiamento
ao terrorismo com criptomoedas?