Internacional

EUA: CPI sem surpresas não favorece visão de pausa no corte de juros, mas também não dá argumentos para rechaçá-la

13 nov 2024, 15:46 - atualizado em 13 nov 2024, 15:46
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(Imagem: Kevin Dietsch/Pool via Reuters/File Photo)

Os dados mais recentes de inflação dos Estados Unidos (EUA) não têm sido reconfortantes para o Federal Reserve (Fed), afirma o economista sênior do Inter, André Valério. Nos últimos três meses, o CPI anualizado manteve tendência de alta.

“A inflação de habitação continua sendo um entrave para o processo de desinflação, voltando a acelerar na comparação anual”, afirma.

Os números de outubro, entretanto, vieram em linha com o esperado — o que, segundo Valério, não deve influenciar os rumos da política monetária norte-americana.

O índice de preços ao consumidor subiu 0,2% na base mensal e foi a 2,6% na anual, conforme divulgado pelo Bureau of Labor Statistics na manhã desta quarta-feira (13). O núcleo, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,3% no mês passado e 3,3% em 12 meses.

O economista destaca que, até a próxima reunião do Fed, em dezembro, o mercado acompanha mais uma leitura da inflação, que volta a ganhar as atenções, uma vez que a deterioração do mercado de trabalho que o Fomc antecipava ainda não se materializou.

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“Desde a última reunião, vê-se a possibilidade de uma pausa no corte de juros aumentar. O resultado de hoje não favorece essa visão, mas também não fornece argumentos para rechaçá-lo, algo que a leitura da inflação de novembro poderá nos indicar com maior clareza”, diz.

Em linha, o economista-chefe da Nomad, Danilo Igliori, afirma que, embora a inflação esteja próxima da meta e o Comitê usualmente não se deixe influenciar por apenas uma leitura, dúvidas sobre o que pode vir pela frente serão levantadas.

Ainda assim, os contratos de juros reforçaram as apostas de que o banco central do país cortará a taxa em 0,25 ponto percentual na última reunião de 2024.

Após os dados do CPI de outubro, as apostas para um corte na mesma magnitude da reunião passada eram de 82,5% e para uma manutenção no patamar entre 4,50% e 4,75% eram de 17,5%, segundo a ferramenta de monitoramento CME FedWatch.

Igliori reforça ainda que, no momento, as atenções inevitavelmente começam a se voltar para 2025 e os potenciais impactos das medidas do novo governo de Donald Trump.

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