EUA avaliam taxar mais para maior influência na OMC
Os Estados Unidos avaliam um plano para elevar seu antigo teto tarifário em uma medida destinada a desencadear uma renegociação das relações com membros da Organização Mundial do Comércio e intensificar sua ofensiva no sistema comercial global.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e assessores reclamam há muito tempo do fato de que outros países podem cobrar tarifas mais altas para certos produtos do que os EUA. Eles citam exemplos como impostos europeus mais altos sobre carros de passeio e tarifas da Índia para motocicletas como prova de como as regras globais de comércio estariam inclinadas contra os EUA.
Mas, no que seria o movimento mais ousado para atacar esse suposto problema, o representante de Comércio dos EUA, Robert Lighthizer, agora pondera um plano para redefinir os compromissos tarifários norte-americanos na OMC, ameaçando aumentar os tetos tarifários – ou tarifas consolidadas – acordados por governos anteriores ao longo de décadas de negociações, segundo pessoas a par das discussões.
A possível mudança ocorre após a assinatura de um acordo parcial entre EUA e China no mês passado, que é visto por críticos como um grande passo para se afastar da ordem baseada em regras policiada pela OMC. O governo Trump conseguiu paralisar o sistema de disputas da instituição com sede em Genebra, bloqueando a nomeação de juízes para o órgão de apelação.
As novas discussões, no entanto, fazem parte de uma iniciativa mais ampla em andamento dentro do governo norte-americano para buscar outras maneiras de abalar o sistema global e abordar sua visão de que o núcleo – a OMC – está podre.
Em comunicado, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA disse que não há planos “neste momento” para aumentar o teto tarifário na OMC.
“O governo expressou diversas vezes que está muito preocupado com o fato de muitos de nossos parceiros comerciais terem tarifas muito mais altas do que as dos Estados Unidos, mas não há planos no momento de aumentar nossos níveis de tarifas na OMC”, disse o porta-voz do USTR.