EUA alertam para “consequências catastróficas” se Rússia usar armas nucleares na Ucrânia

Os Estados Unidos alertaram Moscou sobre “consequências catastróficas” em caso de uso de armas nucleares na Ucrânia depois que a Rússia prometeu proteção às regiões ucranianas que Moscou parece pronta para anexar após referendos amplamente criticados.

Cidadãos de quatro regiões da Ucrânia votavam pelo quarto dia nesta segunda-feira nos referendos organizados pela Rússia que Kiev e o Ocidente classificaram como uma farsa.

Eles dizem que os resultados são pré-determinados e que não vão reconhecer os resultados.

Mas ao incorporar as quatro regiões – Luhansk e Donetsk no leste e Zaporizhzhia e Kherson no sul – Moscou poderia classificar os esforços da Ucrânia para retomá-las como ataques à própria Rússia, um alerta para Kiev e seus aliados ocidentais.

O conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan, disse que os Estados Unidos responderiam a qualquer uso russo de armas nucleares contra a Ucrânia.

“Se a Rússia cruzar essa linha, haverá consequências catastróficas para a Rússia”, afirmou Sullivan à rede de televisão NBC no domingo.

“Os EUA responderão decisivamente.”

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Sullivan não especificou como Washington responderia, mas disse que falou em particular a Moscou “com mais detalhes exatamente o que isso significaria”.

Seus comentários ocorreram após ameaça nuclear velada de quarta-feira do presidente Vladimir Putin, que disse que a Rússia usaria qualquer arma para defender seu território.

Questionado no fim de semana se Moscou consideraria o uso de armas nucleares para defender regiões anexadas, o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, disse que o território russo, incluindo aquele “mais consagrado” na Constituição da Rússia no futuro, estava sob a “total proteção do Estado”.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, afirmou não acreditar que Putin estivesse blefando quando o líder do Kremlin disse que Moscou estaria pronta para usar armas nucleares para defender a Rússia.

Votação porta a porta

O governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, disse que autoridades apoiadas pela Rússia estavam carregando urnas de porta em porta, acompanhadas por autoridades de segurança.

Os nomes dos moradores eram retirados se eles não votassem corretamente ou se recusassem a votar, segundo ele.

“Representantes das forças de ocupação estão indo de apartamento em apartamento com urnas. Esta é uma votação secreta, certo?”, disse Gaidai em uma entrevista publicada online.

As quatro regiões representam cerca de 15% da Ucrânia.

As forças russas não controlam todo o território nessas regiões, onde os combates ainda acontecem.

Elas se somariam à Crimeia, anexada pela Rússia em 2014 após um referendo semelhante lá.

A votação termina na terça-feira e o Parlamento russo pode então agir rapidamente para formalizar as anexações.

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