EUA acusam hackers norte-coreanos de roubar mais de US$ 100 milhões de empresas cripto
O governo dos EUA acusou três hackers norte-coreanos por envolvimento em diversos cibercrimes, incluindo roubos de centenas de empresas, incluindo diversas do setor cripto.
Grande parte da quantia de US$ 1,3 bilhão, mencionada pelo Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) nesta quarta-feira (17), parece estar ligada a transferências ilegais de dinheiro em contas bancárias.
Porém, as declarações do DOJ citam diversas empresas cripto não identificadas, incluindo uma empresa de mineração na Eslovênia que parece atender a fornecedora NiceHash, como alvo dos hackers. NiceHash foi invadida em dezembro de 2017, o mesmo período mencionado pelo DOJ.
A acusação, agora pública, enviada ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Los Angeles em dezembro, menciona Kim Il, Jon Chang Hyok e Park Jin Hyok como acusados. DOJ alega que os três eram membros do Reconnaissance General Bureau, uma unidade norte-coreana de inteligência militar.
Segundo o DOJ, os hackers foram acusados de:
Atacar centenas de empresas de criptomoedas e roubar dezenas de milhões de dólares em criptomoedas, incluindo US$ 75 milhões de uma empresa cripto eslovena em dezembro de 2017; US$ 24,9 milhões de uma empresa indonésia cripto em setembro de 2018; e US$ 11,8 milhões de uma empresa nova-iorquina de serviços financeiros em agosto de 2020, em que os hackers usaram a aplicação maliciosa CryptoNeuro como uma via de fuga.
Ao todo, os alvos listados totalizam roubos de cerca de US$ 111,7 milhões. O DOJ disse que, como parte das ações desta quarta-feira, US$ 1,9 milhão em criptomoedas foi confiscado e será devolvido à empresa nova-iorquina.
Além disso, a acusação do DOJ destaca um esquema do governo norte-coreano para arrecadar fundos de investidores por meio da plataforma Marine Chain Token:
O acusado KIM IL e outros conspiradores iriam, em outro momento, utilizar nomes falsos e fraudulentos ao contatar pessoas que eles desejavam estar envolvidos em criar o Marine Chain.
Nesses momentos, o acusado KIM IL e outros conspiradores não avisavam a essas pessoas que os conspiradores eram cidadãos da RPDC [República Popular-Democrática da Coreia] ou que estavam se comunicando usando nomes fraudulentos e falsos.
“O escopo da conduta criminosa dos hackers norte-coreanos foi extensa e de longa duração, e a variedade de crimes que cometeram é espantosa. A conduta detalhada na acusação são os atos de um Estado-nação criminoso que não mediu esforços para extrair vingança e obter dinheiro para impulsionar seu regime”, disse a promotora americana Tracy Wilkison.
Os três acusados poderão enfrentar uma pena de 35 anos de prisão se forem condenados por fraude informática, eletrônica e bancária.
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