Etiópia se prepara para eleições tensas e longamente adiadas
A Etiópia se prepara para eleições parlamentares nacionais e regionais na segunda-feira, que seu primeiro-ministro, Abiy Ahmed, disse que serão a primeira votação livre e justa do país após décadas de governos repressivos.
Mas o pleito foi adiado em 110 de 547 zonas eleitorais por causa de conflitos violentos e problemas logísticos, e alguns partidos de oposição estão boicotando devido ao que descrevem como assédio de seus membros. Um candidato está contestando as eleições da prisão.
Abiy recebeu elogios de todo o mundo e um Prêmio Nobel da Paz por reformas democráticas e por encerrar duas décadas de hostilidades com a vizinha Eritreia quando foi nomeado chefe da coalizão de governo etíope em 2018.
Meses depois de tomar posse, ele devolveu partidos opositores à legalidade, libertou dezenas de milhares de presos políticos e adotou medidas para abrir um dos últimos mercados inexplorados da África.
Agora ele enfrenta uma pressão internacional crescente por causa de uma guerra em Tigré, uma região do norte, e acusações de grupos de direitos humanos de que seu governo está retirando algumas liberdades novas, o que este nega. O porta-voz de Abiy, Billene Seyoum, não quis comentar.
As eleições de segunda-feira serão o primeiro teste do apoio do eleitorado ao governo Abiy. Nesta semana, ele disse no Twitter que a votação será “a primeira tentativa de eleições livres e justas da nação”.
O Partido da Prosperidade de Abiy continua sendo o favorito entre as 46 siglas disputando assentos no Parlamento. A oposição está fragmentada em partidos menores e de perfil majoritariamente étnico.