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Ethereum: polêmico mecanismo “ProgPow” volta ao debate

04 maio 2020, 15:44 - atualizado em 04 maio 2020, 15:44
ProgPow é um algoritmo proof-of-work (PoW) criado para preencher a lacuna de eficiência disponível para ASICs. Utiliza quase todas as partes dos hardwares e vem pré-ajustado para o hardware mais utilizado na rede Ethereum (Imagem: Facebook/Consensys)

Historicamente, o mecanismo ProgPow tem sido um ponto de discórdia na comunidade Ethereum.

ProgPow é um algoritmo proof-of-work (PoW) criado para preencher a lacuna de eficiência disponível para ASICs (circuitos integrados de aplicação específica). Utiliza quase todas as partes dos hardwares de commodity (GPUs, ou unidades de processamento gráfico) e vem pré-ajustado para o hardware mais utilizado na rede Ethereum.

A contínua tensão entre os que são antiASICs e aqueles que encontraram um problema com a proposta resultou em um longo debate há alguns meses, que terminou com muitas acreditando que ProgPow estava oficialmente fora de cogitação.

Mas ProgPow ainda não está morto. A proposta conhecida como EIP-1057 conseguiu uma forma de ressurgir na pauta dos desenvolvedores principais na semana passada, após o veterano desenvolvedor Greg Colvin querer fornecer algumas atualizações sobre o progresso recente do ProgPow.

Após a videoconferência entre desenvolvedores, Colvin também destacou que a maioria dos clientes Ethereum já implementou o EIP-1057 e que “mineradores, pools e corretoras já estão prontos para utilizá-lo”.

O anúncio não foi bem-recebido e alguns novamente questionar o processo de governança da Ethereum. Porém, essas preocupações possam ter sido prematuras.

Em uma videoconferência na última sexta-feira, dia 1º de maio, Colvin mencionou que, embora “não haja uma decisão bem-aceita” sobre o ProgPow, ele parece ser a favor da “Proposta de Compromisso” de Ben DiFrancesco.

Em um alto nível, essa proposta sugere que clientes implementem EIP-1057 (uma nova versão, 0.9.4, sendo desenvolvido), mas não ativem a mudança de programação a menos que a comunidade a aprove.

As condições que justificariam a ativação do ProgPow no futuro ainda são relativamente desconhecidas (imagine-o como um mecanismo antifalhas contra uma bifurcação proveniente de ASICs ou uma grande reorganização).

Porém, todos os envolvidos concorda que não existe um consenso definido para ProgPow, e as equipes de clientes, principalmente Gnosis, que agora gerencia o cliente Open Ethereum, gostaria de ver um forte apoio da comunidade antes mesmo de considerar uma implementação na rede principal.

ProgPow é a proposta mais mal vista que, por algum motivo, não some. A boa notícia é que equipes de clientes e desenvolvedores parecem gostar da Proposta de Compromisso de DiFrancesco.

Embora não livre a Ethereum do ProgPow completamente, está evitando quaisquer implementações imediatas da rede enquanto mantém (a maioria das) tensões sob controle.

A governança da Ethereum é bem bagunçada e as discussões sobre o ProgPow expõem suas atuais fraquezas. Talvez esse dilema que dura meses pode resultar em um método mais eficaz de comunicação entre desenvolvedores e comunidade.

Na videoconferência da última sexta-feira, Péter Szilágyi, desenvolvedor da Ethereum, acrescentou não ver vantagens técnicas de implementação do ProgPow na rede principal. Ele destacou que ProgPow poderia até atrapalhar o desempenho, mesmo que levemente.

Assim, ProgPow possui poucos benefícios, além de agir como um possível obstáculo para um ataque de 51% proveniente de ASICs, que já podem resultar num custo altíssimo.

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