ETFs temáticos: Entenda o que são, como funcionam e onde encontrá-los na B3

Já pensou em investir no minério de ferro em vez de comprar ações da Vale? Entrar no hype dos carros elétricos (EVs) no lugar de se tornar sócio do bilionário Elon Musk na Tesla? Ou ainda investir na tecnologia do blockchain e se afastar das criptomoedas?

Mais que isso, já pensou em antecipar tendências e operar na vanguarda dos movimentos do mercado financeiro? Tudo isso e mais um pouco é possível através dos ETFs temáticos.

Os fundos de índices, como os ETFs são conhecidos, cresceram bastante no mundo desde a década de 1980. No Brasil, esse tipo de fundo tem ganhado notoriedade nos últimos anos, trazendo oportunidades em setores específicos e nichos segmentados.

O head Brasil da Global X ETFs, Bruno Stein, explica que a grande questão dos ETFs temáticos é como pensar o assunto. “É um instrumento poderoso que expressa melhor do que comprar um ativo indireto para ter acesso”, diz.

Segundo o executivo, contrariando a tendência ainda forte dos chamados “índices amplos”, a ideia de criar ETFs cada vez mais segmentados é uma demanda do próprio investidor.

Trending is not trend

Nesse sentido, Stein explica que o mantra dos ETFs temáticos é que “tendência não é moda”. Não se trata, portanto, de entrar na onda do momento.

“É algo secular”, diz o head da Global X. Ou seja, é investir em um ativo que será a próxima tendência e comprar o que remunera maior valor agregado.

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Stein explica que os ETFs temáticos têm como objetivo oferecer o acesso a temas de mudança de paradigma. “São temas disruptivos que refletem tendências estruturais de longo prazo, em todas as geografias e setores”, diz.

Um exemplo disso é o Blockchain ETF da Global X. Na avaliação de Stein, diferente do Bitcoin (BTC), a tecnologia do blockchain tem potencial disruptivo na sociedade, tornando-se uma tendência que, além de transformacional e duradoura, serve de base para o surgimento de novas tecnologias. É o caso das versões digitais do dólar e do yuan.

A Global X possui experiência internacional e é líder global nesse tipo de investimento. O foco da gestora é examinar tópicos que tendem a causar grandes transformações.

E isso inclui uma ampla lista de assuntos. Entre eles estão cibersegurança, energia renovável, fintechs, biotecnologia e muitos outros.

“São temas com potencial de grandes transformações”, reforça. Stein explica que a exposição a esses produtos permite ao investidor se beneficiar de mudanças estruturais em tecnologias transformadoras e mudanças de comportamento das pessoas e dos ambientes físicos.

ETFs temáticos para brasileiros

Recém-chegada ao Brasil, a Global X, do grupo Mirae Asset, quer ampliar a oferta de ETFs temáticos no mercado brasileiro. “Há um grande potencial de crescimento dessa modalidade de investimento dentro dos portfólios dos clientes”, afirma Stein.

Atualmente, são negociados na B3 (B3SA3) 19 BDRs de ETFs temáticos da Global X. Os fundos de índices, que variam de computação em nuvem e mídias sociais a consumo discricionário na China, consideram não só questões geográficas e setoriais, como empresas que devem se beneficiar das mudanças estruturais em tecnologia disruptiva, demografia e ambiente físico.

Segundo Stein, o alvo é desde o investidor qualificado até o investidor em geral.

Dos 19 BDRs de ETFs na B3, 12 passaram a ser disponibilizados a investidores em geral em junho deste ano.

Com Diana Cheng.

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