ETF do Brasil tem maior saída desde eleição presidencial de 2018
O maior fundo de índice dedicado a ações brasileiras listado nos Estados Unidos registrou a pior saída de recursos em mais de 18 meses, em meio à forte queda nos mercados globais.
Na terça-feira, investidores retiraram US$ 174 milhões do ETF iShares MSCI Brazil (EWZ), que tem US$ 5,6 bilhões em ativos, o maior valor desde agosto de 2018, quando os mercados despencavam devido à incerteza sobre a eleição presidencial.
A bolsa brasileira acumula queda de cerca de 40% neste ano e o EWZ perdeu quase metade do valor conforme os investidores reavaliam a promissora perspectiva de reformas e crescimento do Brasil diante da sangria global.
Preocupações com os custos econômicos do surto de coronavírus levaram o Credit Suisse a zerar a estimativa de crescimento para 2020 e o UBS agora espera que a economia brasileira mostre expansão de apenas 0,5% neste ano.
“Investidores haviam apostado em alguns segmentos do mercado na expectativa de aceleração significativa do crescimento”, disse Will Pruett, que administra cerca de US$ 500 milhões na Fidelity. “O Covid-19 significa que podemos ter uma ‘falha no lançamento’, pelo menos no curto prazo.”
As saídas de ações brasileiras destacam as preocupações que levaram investidores a sacar um recorde de US$ 4 bilhões de ETFs de países em desenvolvimento listados nos EUA na semana passada. Estrangeiros também sacaram cerca de US$ 1,8 bilhão de ações locais na semana passada, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A queda é uma prova de fogo para a indústria de fundos no Brasil, que vinha sendo impulsionada pela queda nos juros que levou os investidores a buscar aplicações com maior retorno e risco.