ETF do Brasil tem a melhor semana desde 2012
Em meio a sinais de melhora do crescimento econômico no Brasil, os investidores estrangeiros aplicaram US$ 634 milhões no maior ETF de ações brasileiras, o ETF iShares MSCI Brazil, conhecido com EWZ, na semana encerrada em 10 de dezembro. Trata-se do maior ingresso semanal desde setembro de 2012 e quase metade do total de US$ 1,4 bilhão que os investidores adicionaram ao fundo listado nos EUA desde o início do ano. O EWZ tem atualmente US$ 10,8 bilhões em ativos.
Estrategistas estão mais otimistas com o Brasil em meio a sinais de uma recuperação econômica mais forte, de dados de PIB melhores do que o esperado no terceiro trimestre e do ritmo mais acelerado de criação de empregos formais em novembro, além do crescimento em outubro das vendas no varejo.
“O resultado positivo de reformas estruturais” reduziu as taxas de juros reais, disse Will Pruett, gestor baseado em Boston da Fidelity Management, que tem cerca de US$ 542 milhões em ativos. “Se a inflação e os prêmios de risco permanecerem nos níveis atuais, acredito que provavelmente veremos fluxos significativos em produtos relacionados a crédito, imóveis e ações.”
O mercado também deve continuar se beneficiando da migração de aplicações em títulos do governo e em poupança bancária para o mercado de ações, pois um ambiente de taxas de juros baixas estimula a busca por melhores rendimentos.
Os estrangeiros, no entanto, têm sido menos otimistas do que os locais quando se trata do Brasil. Os investidores estrangeiros retiraram cerca de R$ 15 bilhões (US$ 3,7 bilhões) das ações brasileiras do início do ano até 17 de dezembro, de acordo com dados da B3 (B3SA3). Excluindo as entradas de ofertas de ações, a saída líquida aumenta para cerca de R$ 42 bilhões.
Ainda assim, o apetite global pelo Brasil e outros mercados emergentes melhorou recentemente. As entradas para ETFs de mercados emergentes atingiram um recorde na semana passada, quando a fase um do acordo comercial entre os EUA e a China reforçou o otimismo em relação a ativos mais arriscados.
O Ibovespa deve subir 15% até o final de 2020, de acordo com estimativa média de 10 estrategistas ouvidos por pesquisa Bloomberg. Isso marcaria o quinto ano consecutivo de ganhos, o maior período de retornos positivos em cinco anos desde 2004/2007.