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ETF de estagflação enfrenta juro alto e economia lenta nos EUA

17 fev 2022, 20:54 - atualizado em 17 fev 2022, 20:54
Imóveis, EUA
O medo da estagflação, uma mistura tóxica de custos em alta, emprego em queda e crescimento lento, ronda os mercados há meses (Imagem: Reuters/Karen Ducey)

Os investidores podem em breve ter à disposição um ETF elaborado para resistir a um dos piores desfechos possíveis para a economia dos EUA: inflação em alta combinada à estagnação do crescimento econômico.

O fundo negociado em bolsa (exchange-traded fund ou ETF) Merk Stagflation seria administrado de forma passiva, rastreando um índice que acompanha classes de ativos consideradas “sensíveis à estagflação”, de acordo com a documentação submetida à comissão de valores mobiliários dos EUA (conhecida pela sigla SEC) na quarta-feira.

Se aprovado pelos reguladores, a alocação do fundo seria de 55% a 85% em títulos do Tesouro americano protegidos contra inflação e 5% a 15% em ativos imobiliários, ouro e petróleo.

O medo da estagflação — uma mistura tóxica de custos em alta, emprego em queda e crescimento lento — ronda os mercados há meses.

O índice de preços ao consumidor nos EUA teve a maior alta em quatro décadas e o banco central (Federal Reserve) está mais perto de subir juros para esfriar o crescimento.

Poucos consideram esse desfecho provável, especialmente após o presidente do Fed, Jerome Powell, dizer que a política monetária será ágil e que algumas pressões sobre os preços vão diminuir com a reversão de gargalos nas cadeias de suprimentos que foram provocados pela pandemia.

No entanto, a alta dos preços ao produtor sugere que as preocupações com a estagflação podem voltar, alertou Matt Maley, estrategista-chefe de mercados da Miller Tabak.

“Não há dúvida de que as preocupações com a estagflação recuaram nos últimos meses, mas temo que voltem nos próximos meses. Portanto, um ETF de estagflação poderia atrair muito interesse”, disse Maley, que não teve envolvimento com o ETF. “Inflação mais alta e margens de lucro menores provavelmente não demoram a trazer de volta as preocupações com a estagflação.”