Eternit retoma atividades da produtora de amianto Sama
A Eternit (ETER3) informou, em nota divulgada no sábado, que retomou as atividades da sua controlada Sama, que atua no mercado de produção de amianto crisotila.
Segundo a companhia, o Superior Tribunal da Justiça (STJ) suspendeu a decisão de paralisar as operações da mineradora na cidade de Minaçu (GO). Desde 20 de agosto, as atividades da Sama estavam interrompidas devido a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF).
A Sama está há mais de 50 anos no mercado de produção de amianto crisotila, atividade proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2017 devido aos danos ambientais e à saúde (como o desenvolvimento de câncer). Com sede em Minaçu, a empresa comercializou 3 milhões de toneladas da fibra nos últimos dez anos. Atualmente, a Sama exporta o material para mais de 150 países.
Após um extenso período de “hibernação”, a Eternit reativou a planta da Sama no fim do ano passado, respaldada pela lei de Goiás, que permite a extração e o beneficiamento de amianto apenas para exportação.
Telhas fotovoltaicas
A Eternit deu início na semana passada à comercialização das suas telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 sob a marca Tégula Solar. O produto é inédito no mercado brasileiro e permite a transformação da luz solar em energia elétrica.
O desenvolvimento de telhas solares está em linha com a nova estratégia da companhia, que está em processo de deixar o amianto de lado e passar a usar fibras sintéticas na produção.
Em entrevista ao Money Times, o CEO da Eternit, Luís Augusto Barbosa, disse que a intenção de produzir telhas solares partiu da ideia de agregar algum tipo de valor à cobertura.
“A ideia era realmente fazer uma telha capaz de captar energia solar. Pegamos nossa telha, exatamente como ela é, e aplicamos uma célula fotovoltaica nela”, explicou o executivo.
Focadas em residências, pequenos comércios e indústrias e agronegócio, as telhas têm garantia de 20 anos e a vantagem de serem 20% mais baratas do que a opção tradicional. Além disso, o processo de instalação é mais simples, e há ainda o apelo estético.
“A gente tem um produto bastante promissor”, comentou Barbosa. “O percentual da energia solar na matriz energética brasileira é mínimo ainda, cresce a taxas muito interessantes e tem um valor agregado muito maior do que a telha que a gente está acostumado a vender. Então, é um produto disruptivo para o mercado e também para a Eternit”.
Neste primeiro momento, as telhas foram vendidas para clientes selecionados no estado de São Paulo e próximos à unidade fabril, em Atibaia.