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Eternit retoma atividades da produtora de amianto Sama

06 set 2021, 9:04 - atualizado em 06 set 2021, 9:54
Eternit
A Sama está há mais de 50 anos no mercado de produção de amianto crisotila, atividade proibida pelo STF desde 2017 devido aos danos ambientais e à saúde (Imagem: Eternit/YouTube)

A Eternit (ETER3) informou, em nota divulgada no sábado, que retomou as atividades da sua controlada Sama, que atua no mercado de produção de amianto crisotila.

Segundo a companhia, o Superior Tribunal da Justiça (STJ) suspendeu a decisão de paralisar as operações da mineradora na cidade de Minaçu (GO). Desde 20 de agosto, as atividades da Sama estavam interrompidas devido a uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público Federal (MPF).

A Sama está há mais de 50 anos no mercado de produção de amianto crisotila, atividade proibida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) desde 2017 devido aos danos ambientais e à saúde (como o desenvolvimento de câncer). Com sede em Minaçu, a empresa comercializou 3 milhões de toneladas da fibra nos últimos dez anos. Atualmente, a Sama exporta o material para mais de 150 países.

Após um extenso período de “hibernação”, a Eternit reativou a planta da Sama no fim do ano passado, respaldada pela lei de Goiás, que permite a extração e o beneficiamento de amianto apenas para exportação.

Telhas fotovoltaicas

A Eternit deu início na semana passada à comercialização das suas telhas fotovoltaicas de concreto BIG-F10 sob a marca Tégula Solar. O produto é inédito no mercado brasileiro e permite a transformação da luz solar em energia elétrica.

O desenvolvimento de telhas solares está em linha com a nova estratégia da companhia, que está em processo de deixar o amianto de lado e passar a usar fibras sintéticas na produção.

Em entrevista ao Money Times, o CEO da Eternit, Luís Augusto Barbosa, disse que a intenção de produzir telhas solares partiu da ideia de agregar algum tipo de valor à cobertura.

“A ideia era realmente fazer uma telha capaz de captar energia solar. Pegamos nossa telha, exatamente como ela é, e aplicamos uma célula fotovoltaica nela”, explicou o executivo.

Focadas em residências, pequenos comércios e indústrias e agronegócio, as telhas têm garantia de 20 anos e a vantagem de serem 20% mais baratas do que a opção tradicional. Além disso, o processo de instalação é mais simples, e há ainda o apelo estético.

“A gente tem um produto bastante promissor”, comentou Barbosa. “O percentual da energia solar na matriz energética brasileira é mínimo ainda, cresce a taxas muito interessantes e tem um valor agregado muito maior do que a telha que a gente está acostumado a vender. Então, é um produto disruptivo para o mercado e também para a Eternit”.

Neste primeiro momento, as telhas foram vendidas para clientes selecionados no estado de São Paulo e próximos à unidade fabril, em Atibaia.

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