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Eternit (ETER3) coloca ponto final em recuperação judicial, após 5 anos

09 ago 2024, 19:02 - atualizado em 10 ago 2024, 16:43
Eternit Solar
Telhas fotovoltaicas de fibrocimento da Eternit prometem reduzir os custos para quem quer energia solar em casa (Imagem: Divulgação/Eternit)

A Justiça homologou o fim da recuperação judicial da Eternit (ETER3), empresa famosa por suas telhas, mostra documento enviado ao mercado nesta sexta-feira (09). A companhia entrou em recuperação em 2019, após problemas com a fabricação de amianto.

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Em 2017, o Supremo Tribunal Federal (STF) validou cinco leis estaduais e uma municipal que restringiam ou impediam a extração e o uso do amianto crisotila para produção de qualquer tipo de material.

As decisões ocorreram com base na natureza comprovadamente cancerígena do amianto e a impossibilidade de seu uso de forma efetivamente segura, além da existência de matérias-primas alternativas.

Grande produtora da fibra natural, a companhia foi obrigada a buscar alternativas, lançando novos produtos, como telhas fotovoltaicas. Em 2021, voltou a pagar dividendos, com a melhora dos lucros.

À Reuters, o diretor financeiro da Eternit, Vitor Mallmann, disse que o processo de transição do uso de fibra de amianto para a fibra de polipropileno foi “doloroso”.

“De um dia para o outro nós tivemos que alinhar toda a produção com esse novo insumo. E esse novo insumo requer mais cuidado com o processo”, afirmou Mallmann, que também é diretor de relações com investidores.

Segundo o presidente da Eternit, Paulo Roberto Andrade, a empresa poderia ter saído mais cedo da recuperação judicial, uma vez que nos anos de 2021 e 2022 a companhia já apurava um fluxo de caixa mais saudável, com menor alavancagem. Porém, esperou chegar a um acordo que a protegesse contra possíveis processos trabalhistas no futuro, especialmente ações civis públicas, dada a exposição ao amianto.

Segundo a Eternit, a recuperação judicial representou importante marco para a reestruturação e transformação das operações da companhia, em busca de sua sustentabilidade de longo prazo, por meio da modernização de suas unidades fabris, inovação e foco na rentabilidade de seus negócios.

“A reestruturação, portanto, foi concluída com êxito, permitindo a equalização do passivo concursal em condições condizentes com a capacidade de pagamento da companhia, viabilizando, assim, o equacionamento
econômico-financeiro de forma consistente, a continuidade das atividades do grupo e a manutenção de sua função social”, destaca.

Na bolsa, a ação reagiu mesmo antes do comunicado, tento disparado 7,20% de forma repentina por volta das 16h. Porém, no ano, o papel desaba 25%.

Lucro disparou 917%

A companhia reportou lucro de R$ 12 milhões no segundo trimestre, disparada de 917% contra R$ 1,1 milhão do mesmo período do ano passado.

A receita também subiu, para R$ 276 milhões, enquanto o Ebitda recorrente recuou 0,6%, para R$ 15 milhões.

A empresa terminou o trimestre com um endividamento líquido de R$ 144 milhões, aumento de 89% frente ao ano passado e 15% em relação ao primeiro trimestre.

“O segundo trimestre de 2024 foi marcado pelo melhor desempenho operacional. A retomada das vendas no foi observada em todos os segmentos de atuação da Eternit, com destaque para o segmento de fibrocimento, que apresentou crescimento no volume de telhas de fibrocimento de 5%”, colocou.

No segundo trimestre, a companhia realizou pagamentos no montante de R$ 1,7 milhão aos credores concursais.

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
renan.dantas@moneytimes.com.br
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