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Etanol volta a ganhar força com agosto quente para mercado; em quais estados compensa abastecer?

06 ago 2024, 10:37 - atualizado em 06 ago 2024, 10:39
etanol combustíveis gasolina
Há uma preocupação quanto a qualidade da cana que será colhida, pela seca do ano passado, o que deve encurtar moagem das usinas de etanol (Imagem: Fernando Frazão/Agência Brasil)

Os preços do etanol voltaram a ganhar força na última semana, com o indicador Cepea/Esalq do hidratado avançando 1,39%, de R$ 2,5664/l em 26 de julho para R$ 2,6022/l em 2 de agosto. O anidro, por sua vez, recuou  0,51% no comparativo, para R$ 2,9441/l.

Segundo Marcelo Di Bonifácio, analistas de açúcar e etanol da StoneX, o aumento de preços está diretamente ligado ao reajuste da Petrobras (PETR3PETR4) para gasolina, de 7,11%, há cerca de um mês, sendo esse um novo fundamento para as usinas elevarem seus preços de oferta do etanol.

“Esse movimento já era observado pelo lado comprador, que de 2022 até janeiro deste ano viu preço mais baixos, algo anormal visto que o piso costuma ser no pico de safra. Essa trajetória teve pausa na virada do mês, fazendo com que os preços cedessem, atraindo na semana passada novamente a retomada das compras pelas distribuidoras”, afirma.

Vale lembrar que entre 22 e 26 de julho, o indicador Cepea/Esalq do hidratado foi de R$ 2,5664/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), queda de 3,39% frente ao período anterior. Para o anidro, a desvalorização foi de 3%, com o Indicador a R$ 2,9592/litro (líquido de PIS/Cofins), o que também atraiu as distribuidoras a adquirir volumes.

Por outro lado, há uma preocupação quanto a qualidade da cana-de-açúcar que será colhida, pela seca do ano passado, que deve resultar em uma menor produtividade. “Há um consenso de que a safra terminará em outubro, diferente do ano passado, quando algumas usinas operaram até dezembro, algo atípico”, vê.

De acordo com o levantamento mais recente da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o etanol segue mais competitivo frente à gasolina em seis estados (Acre, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e São Paulo) e no Distrito Federal. Vale mais a pena abastecer com o biocombustível quando ele representa até 70% do preço da gasolina.

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