Etanol: setor recusa proposta do governo em esticar a cota livre dos EUA e decisão será à revelia
A cadeia produtiva do etanol rejeitou proposta do governo federal de prorrogar por mais 30 dias a cota de 750 milhões de litros, livre de impostos, ao etanol importado, dando mais tempo para os Estados Unidos se organizarem e negociarem o aumento do limite oferecido ao açúcar brasileiro.
Conforme Money Times antecipou ontem (1), tanto a proposta que seria apresentada, quanto a reunião convocada pelo governo no início da noite, o governo Jair Bolsonaro está pressionado em encontrar uma solução que não desagrade o setor e o governo americano, que vem pedindo a liberação do mercado, sem tarifas, ou ao menos a manutenção da cota vencida dia 31. Está valendo 20% de imposto para qualquer volume importado, que era cobrado o que excedesse a cota.
Foi unânime a recusa do oferecimento de mais prazo, defendido na reunião pelo ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e é esperada que a decisão seja anunciada à revelia dos produtores nacionais.
“Os EUA tiveram 12 meses para oferecerem uma contrapartida ao açúcar brasileiro e não o fizeram”, diz Alexandre Lima, presidente da Feplana, presente no encontro.
Em 2019, no vencimento da cota de 600 milhões de litros, o Brasil ainda deu mais 150 milhões, esperando, em vão, até hoje, a abertura de negociações para a commodity, cuja cota brasileira é de 150 mil toneladas.
O pedido dos representantes setoriais, incluindo a Unica, Udop, Unem e, entre outras, a Frente Parlamentar Agropecuária, é que as negociações devam ser abertas, mas sem prorrogação alguma do instrumento que venceu há dois dias.
O setor contou com o apoio dos ministros Bento Albuquerque, de Minas e Energia, e de Tereza Cristina, da Agricultura. Também esteve presente um representante do ministro da Economia Paulo Guedes.