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Etanol: Moagem cresce, mas vendas decepcionam por ‘preço de custo’ enquanto açúcar dita ritmo

26 jul 2023, 9:18 - atualizado em 26 jul 2023, 9:18
Etanol, Gasolina
(Imagem: Pixabay/Engin_Akyurt)

A produção de etanol nas usinas do Brasil apresentou um movimento diferente do apontado nas últimas duas semanas.

De acordo com dados da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) publicados na terça-feira (26), a produção de etanol do Centro-Sul, por sua vez, somou 2,26 bilhões de litros na primeira quinzena de julho, alta de 1,36% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Do volume total produzido, o etanol hidratado alcançou 1,3 bilhão de litros, alta de 1,15%, enquanto o anidro totalizou 964,41 milhões de litros, avanço de 1,64%.

No entanto, o grande destaque fica para a produção de açúcar. Na primeira metade de julho, a produção de açúcar do Centro-Sul cresceu 8,9% na comparação anual, totalizando 3,24 milhões de toneladas.

Assim, no período, o processamento de cana na região somou 48,37 milhões de toneladas, alta de 4,2% em relação ao ano anterior.

Para entender os fatores que impactam os usineiros, o setor e o consumidor final, o Agro Times conversou com Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol na StoneX.

Moagem, produção e vendas de etanol

De acordo com o analista, a moagem divulgada pela Unica atendeu o otimismo dos usineiros, com o mix açucareiro da indústria em 50,1% e uma oferta elevada de açúcar.

“Apesar do mix mais voltado para o açúcar, o etanol teve aumento quinzenal na fabricação. Apenas etanol de cana-de-açúcar totalizou 1,98 bilhões de litros produzidos na quinzena, 17% maior que a última quinzena, e a produção de hidratado de cana cresceu 28% na quinzena, ainda que esteja está menor que a do ano passado”, explica.

Segundo Di Bonifácio, o aumento da produção de etanol já era esperado por conta do avanço da oferta de cana-de-açúcar.

Por outro lado, as vendas no mercado interno vieram um pouco abaixo da expectativa, ainda que em linha para o período historicamente, que costuma aponta um consumo sazonal menor nesta época do ano e uma antecipação de compras por parte das distribuidoras em junho.

“Dessa forma, mesmo com uma paridade abaixo de 70% nas principais regiões do Centro-Sul, o que estimula a demanda pelo hidratado, o que deve se refletir nos dados de consumo na bomba, divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e nem tanto pelas vendas das usinas, que devem crescer a partir do final de julho e agosto”, analisa.

No que as usinas e o setor devem ficar de olho?

Os preços do etanol hidratado nas usinas de São Paulo caíram 4,19% na semana passada, para R$ 2,0965 por litro, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), um valor abaixo do menor preço registrado em setembro do ano passado.

Essa queda no preço do biocombustível deve impulsionar a demanda daqui para frente, na visão do analista da StoneX, seja pelas distribuidoras (que compram das usinas) ou pelo consumidor final.

“No momento, o preço praticado já está bem próximo do custo e isso deve limitar maiores quedas nas usinas. No entanto, como o consumo continua bem desfavorável, é possível que o patamar baixo se mantenha para estimular esse consumo, mesmo que exista o risco do preço estar abaixo do custo”, finaliza.

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