Etanol pressiona Raízen (RAIZ4), mas açúcar ajuda a ‘adocicar’ situação; entenda
A Raízen (RAIZ4) reportou seus resultados do quarto trimestre de 2024 (4T24) nesta segunda-feira (13), equivalente ao período de janeiro a março do ano-safra. Para analistas, o destaque negativo ficou para o etanol, cujos preços baixos pressionaram a empresa, enquanto o aumento do volume de venda de açúcar auxiliou as contas.
Às 10h45 desta terça-feira (14), as ações RAIZ4 operavam em queda de 0,67%.
Segundo os analistas Leonardo Alencar e Pedro Fonseca, da XP Investimentos, o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado do açúcar, de R$ 2 bilhões, superou as expectativas em 53% e marcou um aumento anual de 238%, impulsionado principalmente pela melhoria na produtividade e preços mais altos.
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Enquanto isso, do lado negativo, o Ebitda de renováveis diminuiu 84% na comparação anual, especialmente por conta de baixas margens do Etanol, influenciadas por preços mais baixos.
“As perspectivas para açúcar e etanol são incertas por atualizações recentes do mercado indicando estimativas acima do esperado para as safras asiática e brasileira, pressionando os preços do açúcar”, afirmam Alencar e Fonseca.
Os analistas também destacam que os estoques elevados do etanol, em 526 milhões de litros, representam riscos para a Raízen, “com fundamentos sugerindo uma tendência de queda nos preços dos biocombustíveis no curto prazo”.
“Acreditamos que os resultados da Brasil Mobilidade validam a estratégia de fornecimento eficaz da Raízen em meio aos atuais desequilíbrios de oferta e demanda no setor de combustíveis”, finalizam.
Para Mateus Haag, analista da Guide Investimentos, a Raízen sofreu com um evento que também atingiu seus pares: queda de volume em seus postos na comparação trimestral.
De acordo com a Haag, a queda no volume foi influenciada pela maior participação das distribuidoras bandeira branca, aqueles que não estão vinculados às distribuidoras de combustível. Apesar disso, a empresa reportou aumento de 44 postos, atingindo 6967 postos Shell, no último ano.
Ambiente volátil também é considerado em previsões para Raízen
Para as safras de 2024 e 2025, a companhia espera realizar uma média de R$ 15 milhões, acima dos R$ 13,5 milhões da safra atual.
“A companhia elevou seu guidance de Ebitda em R$ 1 bilhão para a temporada 24/25, o que acreditamos que o mercado levará com desconto, especialmente devido a suas muitas partes móveis e negócios interconectados em um ambiente volátil, juntamente com frustrações recentes de lucros”, complementam os analistas da XP.
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