Etanol: Preços caem mais de 3% com demanda retraída e distribuidoras fora do mercado quase um mês após reajuste da Petrobras
Os preços dos etanol anidro e hidratado caíram cerca de 3% na última semana no mercado paulista. De acordo com pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), distribuidoras seguiram mostrando menor interesse em efetuar compras, mantendo baixa a movimentação no spot.
Entre 22 e 26 de julho, o indicador Cepea/Esalq do hidratado foi de R$ 2,5664/litro (líquido de ICMS e PIS/Cofins), queda de 3,39% frente ao período anterior. Para o anidro, a desvalorização foi de 3%, com o Indicador a R$ 2,9592/litro (líquido de PIS/Cofins).
De acordo com Marcelo Bonifácio, analista da StoneX, a alta expressiva nas vendas do etanol desestimula as compras por parte das distribuidoras, que vinham adquirindo o biocombustível em um ritmo de compra bem elevado em 2024. Bonifácio ressalta que há espaço para usinas cederem, com o avanço da safra.
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“Para julho e agosto, a demanda nos postos ainda tem expectativa de continuar alta para o etanol, por conta da paridade ainda abaixo de 70% em diversas praças – mas essa relação deve continuar subindo daqui para frente. Essa ‘pausa’ do lado da demanda por parte das distribuidoras foram uma resposta para venda elevada”, completa.
Na semana passada, os pesquisadores do Cepea apontaram que a pressão de queda na demanda veio pelo período de férias escolares, que reduziu a necessidade de novas aquisições, com o menor fluxo de automóveis.
Queda no etanol vem após forte alta com reajuste da gasolina
Entre 28 de junho e 19 de julho, os preços do hidratado acumularam alta de 7,60%, passando de R$ 2,4665/L para R$ 2,6564/L, enquanto o anidro acumulou um avanço de 11,55%, R$ 2,7348/L para R$ 3,0508/L.
O impulso veio após a Petrobras (PETR3; PETR4) anunciar um reajuste de 7,11% na gasolina, com um aumento de R$ 0,20 por litro, a R$ 3,01, em 7 de julho, novo fundamento para as usinas elevarem seus preços de oferta do etanol.
Apesar do aumento do combustível, o Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE) aponta que ainda há uma defasagem de 19,4% (R$- 0,7318/L) nos preços, enquanto a Genial Investimentos vê um deságio de 13,2% na gasolina (- R$0,40/L)
“A política de preços da Petrobras deve seguir a mesma, com cautela. O mercado ainda vê com incerteza os ajustes nos combustíveis, então é difícil dizer se novos reajustes devem acontecer”, diz.