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Etanol perde força após ajuda da Petrobras (PETR4), com recuo pontual para demanda; o que vem por aí?

23 jul 2024, 16:20 - atualizado em 23 jul 2024, 16:20
etanol gasolina petrobras
Depois de subir por cinco semanas consecutivas, os preços do etanol se enfraqueceram no mercado spot de São Paulo (Imagem: Getty Images/Canva Pro)

No início de julho, no dia 7 de julho, a Petrobras (PETR3PETR4) anunciou um reajuste de 7,11% na gasolina, com um aumento de R$ 0,20 por litro, a R$ 3,01.

Com isso, de 7 a 19 de julho, o indicador do etanol hidratado Cepea/Esalq acumulou um avanço de 15,12%, de R$ 2,3062 para 2,6564. No mesmo período, o anidro, misturado na gasolina, acumulou alta de 4,92%.

O grande impulso nos preços ficou para semana entre 8 e 12 de julho, com altas semanais de 4,83% para o hidratado e 5,96% para o anidro.

No entanto, depois de subir por cinco semanas consecutivas, os preços dos etanóis se enfraqueceram no mercado spot do estado de São Paulo.

Entre 15 e 19 de julho, o indicador Cepea/Esalq do hidratado foi de R$ 2,6564/litro, estável em relação ao intervalo anterior (+0,01%). Para o anidro, o indicador fechou a R$ 3,0508/litro (líquido de PIS/Cofins), queda de 0,97% na mesma comparação.

Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a pressão vem da demanda retraída. Compradores consultados indicam que o período de férias escolares tem reduzido a necessidade de novas aquisições, visto que diminui o fluxo dos automóveis.

Do lado produtor, pesquisadores do Cepea explicam que algumas usinas optaram por ficar fora do mercado, enquanto outros vendedores ofertaram valores menores, buscando aumentar a liquidez e evitar a elevação dos estoques, uma vez que a safra segue favorecida por boas condições climáticas.

Demanda por etanol volta a crescer em julho?

De acordo com Marcelo Di Bonifácio, analista da StoneX, apesar da estabilidade no hidratado, já se pôde ver quedas em algumas usinas – em Ribeirão Preto (SP), com alguns negócios apresentando retração entre 10-15 centavos. Quando a Petrobras aumentou o preço da gasolina A no começo de julho, havia um novo fundamento para as usinas elevarem seus preços de oferta do etanol.

“Isso porque, no momento, a demanda segue bastante elevada e os estoques, apesar de estarem em crescimento por conta da safra de cana no Centro-Sul, estão mais normalizados se comparados a, por exemplo, o último trimestre de 2023 quando houve estoques bem acima da normalidade. Contudo, os últimos dias apresentam uma ‘pausa’ do lado da demanda por parte das distribuidoras, justamente respondendo por esses preços bem elevados”, explica.

O movimento faz com que as usinas recuem. Isso não significa que a tendência de alta terminou, mas, sim, deu essa pausa porque a demanda está alta nos postos e a paridade ainda indica melhor cenário para o etanol.

“Além disso, a gente espera uma safra de cana durando menos tempo, então o último trimestre deve observar oferta ainda menor do produto. Para julho e agosto, a demanda nos postos ainda tem expectativa de continuar alta para o etanol, como comentado, por conta da paridade ainda abaixo de 70% em diversas praças – mas essa relação deve continuar subindo daqui para frente”, completa.

Entre 7 e 13 de julho, de acordo com dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural, compensava mais abastecer com etanol em 9 estados (Acre, Amazonas, Espiríto Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo) e no Distrito Federal. O biocombustível é mais vantajoso que a gasolina quando ele custa até 70% do combustível fóssil.

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