Combustíveis

Etanol: País precisa de mais 1,5 bilhão de litros para cumprir meta do PL do Combustível do Futuro

16 set 2023, 12:00 - atualizado em 15 set 2023, 16:49
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PL que terá aumento do limite da mistura do etanol à gasolina pode ter impacto no bolso. (Imagem: Getty Images)

Governo Lula assinou nesta quinta-feira (14) o projeto de lei Combustível do Futuro que tem como uma das principais medidas o aumento do limite da mistura de etanol anidro à gasolina, que elevaria a produção de álcool em 1,5 bilhão de litros.

No entanto, essa medida elevaria a quantidade de litros de etanol necessários para atender a demanda. Segundo um levantamento da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), seriam necessários 1,5 bilhão de litros por ano, que seria 5% do total produzidos hoje.

O presidentes da entidade, Evandro Gussi, afirmou em entrevista ao O Globo que os produtores da região Centro-sul do Brasil terão capacidade de suprir a demanda. “Temos certeza que o setor tem capacidade de entregar esse volume necessário para essa demanda, caso esse projeto seja aprovado. O setor tem histórico de oferta constante e segura”, disse.

De acordo com dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), o país já conta com uma frota nacional de veículo flex de 85% do total, que já são preparados para receber o etanol e a gasolina.

No texto da proposta, tanto o limite máximo quanto o mínimo foram alterados para 22% e 30%, respectivamente. Desta forma, segundo o governo, será possível uma redução do preço da gasolina ao consumidor.

O projeto de lei tem como objetivo a promoção da mobilidade sustentável de baixo carbono, tornando a legislação brasileira uma das mais alinhada às grandes iniciativas globais de descarbonização.

De acordo com Ministério de Minas e Energia, atualmente, o Brasil é o segundo maior produtor e consumidor de etanol do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

Desde o lançamento do Proálcool em 1975, o uso do etanol combustível (em ambas as formas, anidro e hidratado) proporcionou ao país uma economia de mais de 2,3 bilhões de barris equivalentes de petróleo, evitando a emissão de mais de 1,5 bilhão de toneladas de CO2 equivalente.