Etanol hidratado a até R$ 3,17, como se viu, ficará na saudade, menos para os produtores
Durou 1,5 mês, máximo dois, a liquidação de preços do etanol hidratado.
Os valores que chegaram a até R$ 3,17 o litro, em algumas redes sem bandeira em São Paulo, não deixarão saudades para os produtores. Em dado momento, obtiveram um piso de venda até quase abaixo do valor de custo do litro.
Deixarão saudades para os consumidores, que até a segunda quinzena de outubro se aproveitaram para consumir mais, segundo dados da Unica, e nesta semana já estão pagando até R$ 3,89, também no maior centro produtor brasileiro.
As usinas até ofertaram cotações menores por duas semanas seguidas nas entregas às distribuidoras, tentando fazer com que estas e os postos escoassem as sobras pagas bem mais salgadas na semana do segundo turno. Algumas chuvas também atrapalharam a moagem e deram suporte.
Os preços diários desde segunda estão mais elevados nessas duas pontas, ainda na tentativa de reestabelecerem as margens.
Mas a safra caminha para finalzinho, a proporção de mais açúcar é bem maior (mais de 140% na segunda quinzena de outubro frente aos mesmos 15 dias de 2021), a vai chegando a hora de ir controlando mais a demanda, via preços, para os meses sem operação – do dia 15 em diante de dezembro a abril.
E a cotação internacional do adoçante anda em bons patamares, próximos dos 20 c/lp.
Para completar, a entressafra deverá ter a volta da cobrança do PIS/Cofins para os combustíveis, zerada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) em junho. As taxas sociais federais têm mais poder de prejudicar a competividade da gasolina do que do biocombustível.
Com o presidente da Unica, Evandro Gussi, na equipe de transição de governo, essa expectativa ficou mais robusta, o que, por si só, já alimenta certo grau de remarcação antecipado.
Como a gasolina também segue sendo reajustada nas bombas, mesmo sem majoração da Petrobras (PETR4) há quase três meses, dissipa um pouco a perda de competitividade do etanol, pouco acima da paridade de 70%, patamar no limite do benefício.
Não se descarta a possibilidade de a estatal reduzir o preço da gasolina na refinaria, neste apagar de governo, já que o petróleo perdeu o suporte dos US$ 95, e seria um bom reforço político do presidente que deixa o turno.
Mesmo acontecendo, dificilmente as empresas da cadeia do renovável iriam correr atrás de acompanhar o combustível concorrente.
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