Etanol ganha força e mercado sonda alta da gasolina pela Petrobras (PETR4); Abicom vê combustível 21% abaixo de antiga PPI
Nas últimas semanas, o etanol tem se aproximado de um preço pouco favorável para as margens das usinas.
De 30 de junho até 28 de julho, o indicador do biocombustível base Cepea/Esalq teve queda de 16,88%, passando de R$ 2,53/L para 2,10/L.
Dessa forma, essas quedas para o biocombustível tem sido repassadas para o consumidor final, com o consumo ganhando força a partir da paridade do etanol abaixo de 70% frente à gasolina (favorável) em 4 estados e no Distrito Federal (68,2%), entre eles: São Paulo (65,2%), Mato Grosso (61,2%), Goiás (65,4%) e Minas Gerais (68,6%).
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Segundo Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol na StoneX, no dia 21 de julho, o biocombustível atingiu o “piso” de R$ 2,09/L, o que já deve incentivar o consumo.
“Ou seja, agora, existe um fator altista para o etanol no curto prazo, mesmo com a safra em crescimento. Assim, com o aumento da oferta, os preços podem subir, mas em um ritmo mais lento, até por conta de uma demanda ‘engasgando’, ainda enfraquecida”, explica o analista.
Nova alta da Petrobras (PETR4) para gasolina?
O mercado tem debatido e projetado um possível novo aumento no preço da gasolina pela Petrobras (PETR4), uma vez que há uma defasagem quanto a antiga política de preços.
De acordo com a Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom), o preço da gasolina tipo A da estatal está 21% abaixo dos valores da antiga política de preços de importação (PPI) da Petrobras (PETR4).
“A estratégia comercial da estatal não está muito clara, não se sabe se estão de fato seguindo ou não a PPI. Fato é, que, pelas novas diretrizes, a política de preços anterior foi abandonada e a empresa tende a lidar de outra forma com essas volatilidades nos preços”, diz Bonifácio.
O presidente da Petrobras já declarou ser contra o ajuste, mas espaço a estatal tem. Caso aconteça essa alta, seria mais um fator altista para o etanol, ou seja, apenas traria mais “intensidade”.
Na terça-feira (1), o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, disse ser contra um aumento nos preços da gasolina. Por outro lado, o analista da StoneX ressalta que há espaço para alta.
“Caso haja esse aumento, esse é mais um fator altista para o etanol. Assim, com um cenário atual, as distribuidoras que importam gasolina tem comprado acima dos preços que elas vendem no mercado interno”, pontua.