Etanol: ‘Fim da paridade de preço internacional pela Petrobras (PETR4) soa como desincentivo’, diz analista
A Petrobras (PETR4) anunciou o fim da paridade de preço internacional (PPI) dos combustíveis nesta terça-feira (16). Na visão de Marcelo Di Bonifácio, analista de açúcar e etanol da StoneX, a PPI trazia previsibilidade para o mercado de combustíveis, ainda que fosse uma política com incertezas, impactada por decisões políticas, segundo ele.
“A política anterior nem sempre foi aplicada ‘a ferro e fogo’. No entanto, o mercado acompanhava o PPI e tinha alguma noção se havia espaço para a Petrobras ajustar ou não o preço”, diz Bonifácio.
“Havia previsibilidade para as usinas também, já que se a estatal corta o preço, a usina precisa normalmente diminuir o preço de venda do hidratado para buscar demanda, pois a gasolina mais barata aumenta a paridade e a torna mais atrativa em relação aos pares nas bombas”.
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O analista enxerga que a nova política diminui a previsibilidade. Com isso, na visão de Bonifácio, o fim da paridade soa como um desincentivo ao etanol no Brasil.
“O Governo Federal busca ter uma gasolina mais barata no mercado interno, algo que tende a ser baixista para o etanol, ainda mais num contexto de oferta elevada de cana na próxima safra, o que traz desincentivos à produção, voltando a fabricação mais para o etanol anidro, pela mistura, o que tende a maximizar ainda o mix açúcar das usinas”, afirma.