Etanol: descontados custos de produção, usinas velhas e novas embolsam de R$ 1,10 a R$ 1,40
Em modelo da Safras & Mercado, o custo de produção do etanol no Centro-Sul está por volta de R$ 1,80 o litro nas usinas mais antigas (30 centavos acima que nas mais novas), ainda a maioria.
O preço de venda está caindo e poderá atingir pisos menores, comprometendo mais ainda as margens, mas ainda deixa um espaço para as empresas que carregam menores despesas adicionais e, melhor ainda, as de baixa alavancagem ou dívidas alongadas.
Ou seja, de acordo com Maurício Muruci, analista e autor dos levantamentos da Safras, se for tomado o preço médio em torno de R$ 2,90 já descontados ICMS e frete como o calculado pelo Cepea na semana passada (R$ 3,15 cheio), a indústria embolsa R$ 1,10.
Nas unidades mais modernas e eficientes, o ganho soma o custo de produção menor, de R$ 1,50, ou seja, vai R$ 1,40 o lucro, sempre se falando em uma régua básica.
Considera-se, para efeitos de custo de produção, todos as variáveis básicas incidentes, como compra da cana e/ou gastos com cana própria, operações industriais, encargos trabalhistas e de impostos, mais logística.
Na pior das hipóteses, se houver um derretimento mais brusco do consumo de etanol para competir com a gasolina, ora mais amigável para o consumidor, a Safras & Mercado trabalha com o valor cheio (imposto/frete) de R$ 3,10.
Claro, haverá a arbitragem com o açúcar Nova York, mas o fôlego é curto, pensa Muruci. Desvio de cana para o adoçante também vai derrubar Nova York.
Vale salientar, diz o analista, que resultados positivos expressivos, puxados pelo etanol e açúcar, como os da São Martinho no primeiro trimestre da safras 22/23, talvez não se repita nos próximos trimestres.
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