Etanol: demanda fraca, Haddad desconversando sobre impostos e mercado liquidando
A demanda não fluiu como poderia se esperar para fevereiro, inclusive nesta semana, e o mercado de etanol hidratado não está conseguindo impor preços.
Caiu na semana passada nas indústrias. E cai diariamente, desde terça, nas distribuidoras.
E por mais que as usinas, particularmente, estejam esperançosas de que os impostos voltarão a ser cobrados dos combustíveis, a partir de 1º de março, a ausência de antecipação de alta prevendo a perda de competitividade da gasolina não está acontecendo.
No fundo, a dúvida permanece, sem que haja algum sinal mais decisivo do ministro Fernando Haddad neste sentido.
No evento do BTG (BPAC11), ontem, o chefe da Economia praticamente esfriou o tema, com o “nada decidido”.
Com o consumo já muito aquém e o governo indeciso, como lembra o trader Paulo Strini, da comercializadora Triex, valorizar o etanol e avançar mais ainda sobre a paridade com o combustível concorrente vai espantar mais ainda o interesse na bomba se o presidente Lula decidir esticar mais um pouco a isenção do PIS/Cofins e Cide.
O Carnaval, que vinha sendo a fronteira para o mercado, carrega alguma expectativa de vendas e a necessidade de que as distribuidoras voltem a trabalhar na quarta-feira de cinzas comprando um pouco mais.
Mas, se a competição tributária ainda embaçada quanto ao retorno, pouco acrescentará.
No acumulado desta semana, o Cepea deverá registrar, ao menos, alguma estabilização nos preços das usinas – depois do grande recuo de 2 a 10, de 2,18% (R$ 2,64) – já que a tentativa de recuperação não avançou de segunda para a terça.