Etanol aguarda Petrobras (PETR4) e Israel após maior venda desde a pandemia
A comercialização de etanol do Brasil em setembro totalizou 2,76 bilhões de litros, um avanço de 3,15% em relação ao mesmo mês da temporada anterior 2022/2023, de acordo com a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica).
Ainda assim, o grande destaque ficou para o etanol hidratado, que registrou o maior consumo mensal em 2023 no mês passado, totalizando 1,65 bilhão de litros, variação de 18,45% em relação ao ano passado e maior volume de vendas desde janeiro de 2021.
De acordo com o analista de açúcar e etanol na StoneX, Marcelo Di Bonifácio, as usinas se mantêm bem estocadas e a oferta segue maior que a demanda.
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Dessa forma, o desempenho quinzenal do Centro-Sul continua recompondo estoques de hidratado, o que deixa a situação de oferta e demanda mais estável.
“Apesar dos níveis excelentes de consumo, as vendas foram recordes no último mês e não há muita margem para as usinas elevarem os preços por aumento da oferta. Temos observado até leve queda nos preços em São Paulo, com isso, se a paridade se manter abaixo de 62% no estado, podemos ter níveis maiores de comercialização em outubro ou pelo menos com um volume próximo”, explica.
No momento, vale mais a pena abastecer com o biocombustível do que a gasolina em 7 estados (Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná e São Paulo) e no Distrito Federal.
Nos postos pesquisados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Brasil, o preço médio do etanol caiu 0,55%, de R$ 3,64/litro na semana passada para R$ 3,62/litro.
O que esperar em Israel e da Petrobras?
Segundo o analista da StoneX, o mercado de combustíveis de pode ter impactos de Israel mais pelo especulativo.
“Não devemos muitas alterações no quadro atual, a não ser que países produtores de petróleo se envolvam na guerra, como vem sendo veiculado para o Irã. O momento é de cautela”, ressalta.
Por volta de 14h16, os preços futuros do petróleo brent para dezembro caíam 1,25%, aos US$ 86,55, após avançarem na segunda e recuarem nesta terça.
“Para o mercado de petróleo, existe uma série de fatores que precisam acontecer para que a gasolina no Brasil tenha um aumento, então é muito difícil afirmar que isso vai acontecer por conta da Guerra em Israel. Antes mesmo do conflito, existia uma margem elevada para que houvesse esse ajuste, que a Petrobras (PETR4) decidiu não acompanhar”, avalia.
Por fim, Bonifácio ressalta que a oferta deve se manter elevada a partir da recomposição de estoques até o fim de outubro, com a entressafra começando de fato em novembro, quando algumas usinas já começam a fechar a temporada
“Com esse consumo mais elevado, a entressafra pode ser um ponto de inflexão (alta) para preços”, conclui.