Estudo nórdico questiona propagação de Covid em escolas
Estudo realizado por cientistas em países nórdicos indicou que manter escolas primárias abertas durante a pandemia de coronavírus pode não ter muita influência nas taxas de contágio.
Não houve diferença mensurável no número de casos de coronavírus entre crianças na Suécia, onde as escolas ficaram abertas, em comparação com a vizinha Finlândia, onde as instituições de ensino foram fechadas, de acordo com os resultados.
O estudo compara dois países que compartilham modelos sociais semelhantes, incluindo acesso à saúde universal, mas que adotaram estratégias muito diferentes para combater a Covid-19.
A Suécia evitou uma paralisação completa, enquanto a Finlândia impôs um distanciamento social mais rigoroso.
Não é a primeira vez que pesquisadores levantam questões sobre as vantagens de fechar escolas durante a pandemia. Um estudo francês divulgado no mês passado indicou que crianças em idade escolar não parecem transmitir a Covid-19 para colegas ou professores.
Segundo esse estudo, as crianças pareciam mostrar menos sintomas do que os adultos e serem menos contagiosas. Mas os autores também disseram que mais pesquisas são necessárias.
Hanna Nohynek, responsável pela unidade de doenças infecciosas da autoridade de saúde da Finlândia e coautora da pesquisa nórdica, disse que “as crianças adoecem com Covid-19 muito mais raramente e com menos gravidade”. Ela também alertou que são necessários mais dados e que “o papel das crianças na transmissão precisa de mais estudos”.
Mas, por enquanto, “parece que o papel delas na transmissão da Covid-19 não é tão grande quanto em outras infecções respiratórias, como a gripe”, disse Nohynek.
Após dois meses de aprendizado remoto, as crianças finlandesas voltaram à escola em maio, e as taxas nacionais de infecção continuaram a diminuir desde então.
Israel
Mas alguns países observaram resultados perigosos ao reabrir escolas, embora para crianças de maior faixa etária. Em Israel, com a volta às escolas, a Covid-19 avançou entre alunos do ensino fundamental e médio.
O exemplo de Israel destaca como as diferentes circunstâncias dos países no terreno podem fazer toda a diferença, disse Nohynek, da Finlândia.
“A situação em Israel é muito diferente, com um pior surto na sociedade”, mas também com classes com mais alunos e salas menores, assim como famílias maiores, afirmou.