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Estudo do MIT aponta custo de sair do Facebook por um mês

06 jan 2020, 8:49 - atualizado em 06 jan 2020, 8:49
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O estudo aborda uma questão mais ampla que intriga economistas: até que ponto a tecnologia está melhorando nossas vidas? (Imagem: Reuters/Dado Ruvic)

Você sairia do Facebook por um mês em troca de US$ 50?

A pergunta, feita por Erik Brynjolfsson e quatro coautores de um novo estudo do MIT, pode ajudar economistas a medirem melhor até que ponto novas tecnologias gratuitas estão remodelando a economia e nossas vidas. Obviamente, o impacto é enorme.

Segundo o estudo, a rede social por si só poderia acrescentar 0,11 ponto percentual por ano ao PIB dos EUA, quando se considera o benefício para usuários. O artigo foi apresentado no sábado na reunião anual da Associação Econômica Americana, em San Diego.

O estudo aborda uma questão mais ampla que intriga economistas: até que ponto a tecnologia está melhorando nossas vidas? Tradicionalmente, a abordagem tem como foco o nível de riqueza proporcionado aos indivíduos pelas inovações. Assim, a resposta apareceria no PIB, uma medida imperfeita, mas razoável, de bem-estar agregado.

Essa tarefa fica mais difícil, no entanto, quando as tecnologias que transformam a sociedade são gratuitas, pelo menos em dólares, embora os autores também concordem com a ideia de que bens e serviços “gratuitos” podem ter um preço implícito.

Afinal, se Facebook, Twitter, serviços de mapas GPS e um host de outros aplicativos de smartphones têm custo zero, eles não aparecerão no PIB nem nas medidas tradicionais de produtividade – mesmo que melhorem nossas vidas e nos tornem mais produtivos.

Para resolver isso, Brynjolfsson e os coautores realizaram antes de tudo uma série de experimentos e pesquisas destinados a extrair o valor monetário que as pessoas atribuem a certos bens e serviços gratuitos. Isso lhes permite construir uma alternativa ao PIB, que chamam de PIB-B, com base não nos custos reais, mas nos benefícios percebidos.

Em uma amostra representativa de usuários de Internet nos Estados Unidos, descobriram que o preço médio de sair do Facebook por um mês seria de US$ 42,17.

Em outro teste com participantes na Holanda, quando questionados sobre alguns serviços gratuitos na Internet, o grupo atribuiu o maior valor ao WhatsApp, controlado pelo Facebook: 535,73 euros (US$ 598) pela abstinência de apenas um mês.

O Facebook recebeu o segundo valor mais alto, de cerca de 100 euros. O Twitter, usado por apenas um terço do grupo, foi avaliado em menos de 1 euro.

“O PIB-B e as métricas relacionadas propostas neste estudo permitem uma exploração mais completa dos impactos de bens novos e gratuitos sobre o bem-estar, com potenciais implicações políticas significativas”, concluíram os autores.