FGV comprova ação de robôs nas pré-candidaturas presidenciais
Um levantamente inédito da Diretoria de Análise de Políticas Públicas da Fundação Getulio Vargas (FGV DAPP) feito a partir de 5.415.492 tuítes coletados entre 22 de junho e 23 de julho comprova a ação de robôs na pré-campanha presidencial deste ano.
No período estudado, as interações entre os perfis automatizados corresponderam a: 22,17% dos tuítes de perfis ligados ao campo da esquerda e que compõem tradicionalmente a base do ex-presidente Lula; 21,96% ligados ao campo conservador e alinhados ao deputado Jair Bolsonaro; 16,18% ligados ao campo de centro (não alinhados a nenhum dos “polos” tradicionais); e 3,99% ligados ao grupo de centro-esquerda (sem predomínio de nenhum ator político em particular).
Os dados foram apresentados ontem (25), durante o evento de Democracia Digital organizado pela FGV. O intuito é acompanhar o debate público na rede e entender as interferências no processo democrático.
Há alguns dias, o Twitter filtrou os robôs e fez uma limpeza na sua base de dados: quem mais perdeu seguidores foram Álvaro Dias, Marina Silva e Geraldo Alckmin.
“As redes vão ter um papel muito importante de hiperdimensionamento diferente do que vimos historicamente. Vemos nesta análise extremos bastante operantes no que se refere ao uso de robôs. Não sabemos como isso vai se traduzir no processo eleitoral”, afirmou Marco Aurelio Ruediger, diretor da FGV DAPP.