Pesquisas

Estudo britânico mostra que eficácia de vacina diminui contra Delta

19 ago 2021, 9:43 - atualizado em 19 ago 2021, 9:43
Vacinas Reino Unido
Trata-se de uma redução dos índices de 85% e 68%, respectivamente, vistos duas semanas após a segunda dose (Imagem: Geoff Caddick/Pool via REUTERS)

Um estudo de saúde pública do Reino Unido descobriu que a proteção de qualquer uma das duas vacinas contra Covid-19 usadas com mais frequência contra a hoje prevalente variante Delta do coronavírus diminui depois de três meses.

O estudo também apontou que as pessoas que são infectadas depois de receberem as duas doses da vacina da PfizerBioNTech ou da AstraZeneca podem representar um risco maior para os outros do que com variantes anteriores do coronavírus.

Com base em mais de três milhões de amostras de nariz e garganta coletadas em todo o país, o estudo da Universidade de Oxford revelou que, 90 dias após a segunda dose da vacina da Pfizer ou da AstraZeneca, a eficácia na prevenção de infecções caiu para 75% e 61% respectivamente.

Trata-se de uma redução dos índices de 85% e 68%, respectivamente, vistos duas semanas após a segunda dose. A redução da eficácia foi mais pronunciada entre pessoas de 35 anos ou mais.

“Estas duas vacinas, com duas doses, continuam se saindo muito bem contra a Delta… quando você começa muito, muito alto, tem um caminho longo pela frente”, disse Sarah Walker, professora de estatísticas médicas de Oxford e investigadora-chefe do estudo.

Walker não se envolveu na criação da vacina da AstraZeneca, desenvolvida inicialmente por especialistas de imunologia de Oxford.

Os pesquisadores não quiseram projetar o quanto mais a proteção declinará com o tempo, mas deram a entender que a eficácia das duas vacinas estudadas convergirá entre 4 e 5 meses após a segunda dose.

Ressaltando o risco acentuado de contágio da variante Delta, o estudo também mostrou que aqueles que se infectam apesar de estarem totalmente vacinados tendem a ter uma carga viral semelhante à de não-vacinados com uma infecção, uma deterioração clara em relação à época em que a variante Alpha ainda predominava no Reino Unido.

As descobertas de Oxford se alinham a uma análise do Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e chegam no momento em que o governo norte-americano delineia planos para tornar doses de reforço de vacinas contra Covid-19 amplamente disponíveis a partir do mês que vem em meio a um aumento de infecções da variante Delta. A entidade citou dados que indicam uma proteção declinante das vacinas ao longo do tempo.

Israel começou a administrar terceiras doses da vacina da Pfizer no mês passado para confrontar uma disparada de infecções locais impulsionadas pela Delta. Vários países europeus também devem começar a oferecer doses de reforço aos idosos e às pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos.

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