Estresse financeiro mostra que ‘nada será como antes’ no mercado de petróleo
O petróleo fechou a sessão dessa sexta-feira (24) em mais uma queda, após a aversão com o Deutsche Bank ter reacendido o estresse com o sistema bancário que anda a duras penas desde a falência do SVB no último dia 13.
Ao fim do pregão de hoje, o WTI (referência americana) e o Brent (referência internacional) fecharam em queda de 1,00% e 1,21%. Apesar da queda do dia, os contratos com entrega para maio terminaram a semana em alta, que é de 2,8% para o Brent e 3,8% para os futuros do petróleo dos EUA.
Mas a recuperação é pequena, se comparada à queda da semana passada, que colocou o barril negociando em níveis não vistos desde o fim de 2021, pré-guerra da Ucrânia.
“Estamos navegando contra ventos macroeconômicos e há uma correlação recém-descoberta com as ações”, comentou John Kilduff, sócio da Again Capital LLC.
As ações de bancos caíram na Europa com o Deutsche Bank e o UBS Group pressionados por preocupações de que os piores problemas no setor desde a crise financeira de 2008 possam persistir.
O dólar subiu 0,6% em relação a outras moedas, o que também pressionou o petróleo, tornando o produto mais caro para os detentores de outras moedas.
Mudança de ventos coloca os US$ 100 por barril mais distante
Em um relatório divulgado na semana passada pelo Goldman Sachs, o banco mostra que se antes a reabertura chinesa despontava como o cenário vencedor para levantar os preços, o temor de um agravamento da crise de crédito (ou como se diz por aí, um credit crunch) tomou os ânimos do mercado.
Desta sorte, o banco ratificou a previsão inicial de US$ 100 para US$ 90 ao final deste ano. Nem mesmo em 2024 a marca dos US$ 100 barril seria alcança, já que o barril poderia, no máximo, atingir os US$ 97 ao fim de 2024.