Estratégia da Enauta de concentrar produção é arriscada, e UBS corta-preço-alvo
O UBS rebaixou a recomendação da Enauta (ENAT3) de compra para neutra e impôs um novo preço-alvo de R$ 12 (versus R$ 13) por enxergar riscos concentrados na tese de investimento da companhia após a venda do campo de Manati.
A Enauta vendeu a sua participação de 45% no campo de Manati à Gas Bridge por R$ 560 milhões, valor que pode aumentar dependendo de certas condições regulatórias e comerciais. De acordo com o UBS, a operação é acretiva, mas traz um problema para a empresa.
Pelo acordo, o fluxo de caixa referente ao campo ficará com a Enauta até 31 de dezembro de 2020. Depois disso, ela passará a depender exclusivamente do petróleo para gerar caixa.
“O aumento de risco ligado a uma operação puramente formada por óleo pode atrapalhar o perfil de risco da companhia”, afirmaram os analistas Luiz Carvalho e Gabriel Barra, em relatório obtido pelo Money Times.
O investimento compulsório em ativos exploratórios também pode sugar parte da posição de caixa no curto prazo.
Produção de Atlanta
A falta de informações claras sobre os custos e a estrutura de capital dos projetos envolvendo o campo de Atlanta foi outro fator de risco levantado pelo UBS.
O banco ajustou a curva da produção de petróleo para 23 mil barris por dia em 2020 e 18 mil em 2021, próximo ao guidance divulgado pela Enauta.