Bolsa de Valores

Estrangeiros reduzem saldo negativo na bolsa no mês, mas “risco Bolsonaro” pesa

06 set 2019, 14:44 - atualizado em 06 set 2019, 14:44
O entendimento é que as questões políticas estão tirando a atenção da agenda econômica, com os executivos fazendo muitos elogios as atuações do Ministério da Economia e do Banco Central

Por Inveting.com

Na sessão da última quarta-feira (4), os investidores ampliaram a participação comprada no segmento Ibovespa da B3. No dia, as compras foram de R$ 7,209 bilhões e as vendas de R$ 6,903 bilhões, levando a um saldo positivo de R$ 305,987 milhões. No entanto, no acumulado do mês, o resultado ainda é negativo em R$ 2,073 bilhões.

A edição desta sexta-feira do Valor Econômico traz uma possível explicação para o fluxo intenso de saída de recursos estrangeiros da bolsa, que se intensificou em agosto. De acordo com a publicação, investidores e executivos de instituições financeiras começam a levar em conta o “risco Bolsonaro” na decisão de aplicar dinheiro no Brasil, além do baixo crescimento.

O jornal relata que é vista com certa dose de preocupação as declarações públicas do presidente, o posicionamento em relação a temas mundiais relevantes, como a questão ambiental, e os embates com mandatários de outros países.

O entendimento é que as questões políticas estão tirando a atenção da agenda econômica, com os executivos fazendo muitos elogios as atuações do Ministério da Economia e do Banco Central. No entanto, fontes ouvidas pelo jornal lamentam, reservadamente, que a “névoa” provocada pelas declarações polêmicas ofuscam essas melhorias.

Um executivo que fez recentemente uma rodada global para a atração de investimentos declarou que os “comitês de investimento e conselhos de administração de grandes fundos estão cada vez mais resistentes a alocar no Brasil por causa do que chamam de ‘retrocesso civilizatório’, percepção que se intensificou com os episódios da Amazônia e o caso da esposa do Macron”.

Todo esse cenário levou um grande investidor institucional global a afirmar que a discussão entre Bolsonaro e Macron teve impacto na imagem do Brasil, passando a sensação de que “o governo não entende o que está acontecendo no país” e “está criando situações que mostram perda de controle”.

Outros segmentos

No dia 4, os investidores individuais também ampliaram as compras na bolsa, com as aquisições em R$ 4,279 bilhões e alienações em R$ 3,933 bilhões, levando a um saldo de R$ 346,247 milhões. Assim, em setembro o resultado está no azul em R$ 2,150 bilhões.

Entre as pessoas físicas, a quarta-feira teve uma importante perda de investimentos. Na sessão, as entradas totalizaram R$ 2,743 bilhões e as alienações R$ 3,339 milhões, com déficit de R$ 595,450 milhões no dia. No nono mês do ano, o saldo é levemente positivo, em R$ 6,651 milhões.

No caso dos investimentos realizados por empresas públicas e privadas, o dia foi negativo, com compras de R$ 57,601 milhões e alienações de R$ 69,949 milhões, levando a uma diferença de R$ 12,348 milhões no vermelho. Assim, setembro passou a ser deficitário em R$ 6,248 milhões.

Por fim, as instituições financeiras também diminuíram a sua participação na bolsa na sessão do dia 4. Na quarta-feira, as aquisições foram de R$ 501,655 milhões e as alienações de R$ 546,100 milhões, déficit diário de R$ 44,435 milhões. Com isso, o mês registra perdas de R$ 78,115 milhões.

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