Mercados

Estrangeiros fogem de mercado acionário chinês em ritmo recorde

25 out 2022, 8:45 - atualizado em 25 out 2022, 8:45
Xi Jinping
A consolidação do poder do presidente Xi Jinping foi vista como um grande risco, com a expectativa de que a remodelação da liderança trará a continuidade de políticas como o Covid Zero (Imagem: Selim Chtayti/Pool via REUTERS)

Investidores estrangeiros se retiram às pressas do mercado de ações chinês, assustados com o novo impulso do Covid Zero e a falta de anúncios de políticas de apoio durante o congresso do Partido Comunista.

As vendas líquidas através de Hong Kong atingiram o volume recorde de 17,9 bilhões de yuans (US$ 2,5 bilhões) na segunda-feira, segundo dados da Bloomberg, levando o acumulado do ano para um pequeno fluxo negativo.

Se a tendência for mantida, será o primeiro ano de saídas líquidas desde o lançamento do programa de negociação para estrangeiros através de Hong Kong em 2014.

A liquidação varreu o mercado na segunda-feira após o evento político que ocorre duas vezes por década. O índice Hang Seng caiu para o nível mais baixo desde a crise financeira de 2008.

A consolidação do poder do presidente Xi Jinping foi vista como um grande risco, com a expectativa de que a remodelação da liderança trará a continuidade de políticas como o Covid Zero.

“O sentimento estrangeiro em relação às ações chinesas está em baixa agora” após o congresso do partido não sinalizar mudanças nas políticas de Covid, disse Marvin Chen, analista da Bloomberg Intelligence. “Os mercados podem ter que esperar até a Conferência Central de Trabalho Econômico em dezembro para ver como a nova liderança abordará os desafios econômicos da China.”

Os pessimistas de China aumentam a cada dia. O mercado está cético em relação ao crescimento econômico do país devido ao Covid Zero e a um setor imobiliário combalido. O índice CSI 300 caiu 2,9% na segunda-feira apesar de o país ter registrado PIB melhor do que o esperado no terceiro trimestre.

Os investidores agora avaliam se a nova liderança pode fornecer o estímulo necessário para evitar mais perdas.

Dois encontros econômicos no final do ano — a reunião do Politburo e a Conferência Central de Trabalho Econômico — serão observadas de perto.

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