Estrangeiros deixam Reino Unido em maior ritmo desde 2ª Guerra
Profissionais estrangeiros estão deixando o Reino Unido no ritmo mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial, o que representa um desafio para uma economia já abalada pelo Brexit e pela pandemia de coronavírus.
Só em Londres, 700 mil pessoas deixaram a cidade no ano passado, segundo pesquisas recentes. As implicações são extensas para o Tesouro, proprietários de imóveis e para as chances de recuperação após a pior recessão em três séculos.
“O risco é que as pessoas não voltem, então temos escassez de mão de obra e qualificação, e perdemos certa produção, crescimento e receita tributária permanentemente”, disse Jonathan Portes, professor de economia do King’s College London, cuja estimativa indica que mais de 1 milhão de trabalhadores estrangeiros podem ter partido. “Considerando como a migração impulsionou o crescimento econômico, especialmente em Londres, isso pode ser uma má notícia.”
O ministro das Finanças, Rishi Sunak, e o Escritório de Responsabilidade Orçamentária enfrentarão algumas dessas realidades neste ano. Para o Tesouro, menos migrantes significa, em última análise, menos produção econômica e receita de impostos para pagar as enormes dívidas acumuladas para ajudar pessoas e empresas a enfrentarem a Covid-19.
Uma mudança nos fluxos de migração remodelaria a política de imigração após uma década de esforços do governo para limitar o número de entradas. A longo prazo, também poderia exacerbar o problema demográfico que o Reino Unido compartilha com países da Alemanha ao Japão: como financiar uma população que envelhece rapidamente.
É impossível dizer exatamente quantas pessoas saíram. Isso porque a pandemia limitou a coleta de dados do governo. Estatísticos se apoiam na Pesquisa da Força de Trabalho, segundo a qual a população estrangeira diminuiu em quase 900 mil para 8,3 milhões no ano até o terceiro trimestre.