Internacional

Estrangeiros deixam Reino Unido em maior ritmo desde 2ª Guerra

26 fev 2021, 21:54 - atualizado em 26 fev 2021, 21:54
Reino Unido Londres 5
Só em Londres, 700 mil pessoas deixaram a cidade no ano passado (Imagem: Pixabay)

Profissionais estrangeiros estão deixando o Reino Unido no ritmo mais rápido desde a Segunda Guerra Mundial, o que representa um desafio para uma economia já abalada pelo Brexit e pela pandemia de coronavírus.

Só em Londres, 700 mil pessoas deixaram a cidade no ano passado, segundo pesquisas recentes. As implicações são extensas para o Tesouro, proprietários de imóveis e para as chances de recuperação após a pior recessão em três séculos.

“O risco é que as pessoas não voltem, então temos escassez de mão de obra e qualificação, e perdemos certa produção, crescimento e receita tributária permanentemente”, disse Jonathan Portes, professor de economia do King’s College London, cuja estimativa indica que mais de 1 milhão de trabalhadores estrangeiros podem ter partido. “Considerando como a migração impulsionou o crescimento econômico, especialmente em Londres, isso pode ser uma má notícia.”

O ministro das Finanças, Rishi Sunak, e o Escritório de Responsabilidade Orçamentária enfrentarão algumas dessas realidades neste ano. Para o Tesouro, menos migrantes significa, em última análise, menos produção econômica e receita de impostos para pagar as enormes dívidas acumuladas para ajudar pessoas e empresas a enfrentarem a Covid-19.

Uma mudança nos fluxos de migração remodelaria a política de imigração após uma década de esforços do governo para limitar o número de entradas. A longo prazo, também poderia exacerbar o problema demográfico que o Reino Unido compartilha com países da Alemanha ao Japão: como financiar uma população que envelhece rapidamente.

É impossível dizer exatamente quantas pessoas saíram. Isso porque a pandemia limitou a coleta de dados do governo. Estatísticos se apoiam na Pesquisa da Força de Trabalho, segundo a qual a população estrangeira diminuiu em quase 900 mil para 8,3 milhões no ano até o terceiro trimestre.

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bloomberg@moneytimes.com.br
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