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Estoques de petróleo e crash global do PIB seguem atormentando o etanol

13 abr 2020, 10:36 - atualizado em 13 abr 2020, 11:49
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situação de demanda maior por etanol segue indefinida, mas com tendência de a gasolina se manter competitiva (Imagem: Reuters/Marcelo Teixeira)

O aumento diário dos estoques globais de petróleo em mais de 1,6 milhão de barris até semana passada, sobre o que já vinha sendo armazenado a mais, e o crescimento constante das reservas dos Estados Unidos, confirmam a projeção negativa de que os cortes de 9,7 milhões de bpd definidos pela Opep+ não enxugarão muito a oferta.

O barril do Brent, negociado em Londres, testou uma alta moderada mais cedo no horário brasileiro nesta segunda (13), virou para baixo da tabela, com o mercado precificando que a expectativa de consumo mundial caia para o menor nível em 20 anos. Agora (10h40 de Brasília) segue em rally na linha d’água, em torno dos US$ 31,50.

Ainda há uma chance de Arábia Saudita e Kuwait aumentar sua cota de cortes, somando um total de acima de 12 bpd,

Se persistir em queda, o etanol seguirá com pouco poder de recuperação no Brasil, dentro da tendência de a Petrobras (PETR4) manter sua política de cortes na gasolina. Mais a oferta maior de safra, que começou no Centro-Sul, combinando para manter preços comportados.

Os dados do US Energy Information Association (EIA) e do Instituto Americano do Petróleo (API, da sigla em inglês) reforçam que o melhor cenário seria uma redução da produção de 20 milhões de bpd, como, inclusive, Money Times abordou sábado (11), ouvindo especialistas brasileiros.

Na semana passada, por exemplo, somente os inventários americanos superaram os 11 milhões de barris, segundo a API, ou de 9,5, de acordo com o governo. Já o aumento diário dos estoques mundiais de 1,6 milhão de barris se soma aos 1,8 milhão que vinha ocorrendo desde que a pandemia explodiu com força nas economias, ou seja, praticamente vinha dobrando a várias semanas.

Analistas internacionais também estão cautelosos em relação ao derrame de recursos nas economias que a maioria dos países está dando para reativar a produção e o consumo, em especial as nações desenvolvidas, como Estados Unidos, Europa, Japão, Coreia do Sul e China.