Estoques de suco de laranja caem 33% em junho e clima dificulta previsões para 2021/22
Os estoques de suco de laranja em poder das empresas associadas à CitrusBR atingiram 316.929,70 toneladas em 30 de junho, queda de 33% no comparativo anual, informou nesta quinta-feira a entidade que representa a indústria, citando incertezas para a temporada 2021/22 causadas por problemas climáticos.
A queda nas reservas de suco –do tipo concentrado equivalente a 66 graus brix– no fim de 2020/21 já era esperada, diante do recuo no processamento da fruta, disse em nota o diretor-executivo da CitrusBR, Ibiapaba Netto.
Na safra 2020/21, o processamento total foi de 222,53 milhões de caixas de 40,8 quilos, volume 31,54% menor que o registrado na temporada anterior, conforme dados da associação.
Para a próxima temporada, problemas climáticos ocorridos nos últimos meses dificultaram a visualização do cenário e a CitrusBR evitou projeções.
“Por conta da seca prolongada em todo o cinturão citrícola do Estado de São Paulo e Minas Gerais, associada às geadas ocorridas ao longo do mês de julho de 2021, ainda não é possível estimar o processamento de laranja para a safra 2021/2022.”
De acordo com o diretor, a conjunção desses dois fenômenos em uma mesma safra é algo sem precedentes na história recente do setor.
“O cenário atípico exige cautela nas projeções dos dados diante de uma possível quebra de safra”, disse o diretor, ressaltando.
Ele afirmou que novas informações da indústria serão divulgadas assim que o Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) mensurar o efeito das adversidades climáticas sobre a safra citrícola.
No início de junho, antes das áreas de cultivo de laranja terem sido afetadas por geadas, a CitrusBR adiantou que possivelmente os estoques de suco em 30 de junho de 2022 estarão ainda menores que os atuais, próximos do patamar mínimo necessário para a indústria.
Isso porque a nova safra 2021/22 de laranja do cinturão citrícola de São Paulo e Triângulo/Sudoeste Mineiro deve alcançar 294,17 milhões de caixas de 40,8 kg, avanço de 9,5% no comparativo anual devido ao ciclo de alta da produção, mas abaixo da média histórica, segundo projeção do Fundecitrus.
Quando comparada à média das dez safras anteriores, o instituto ligado aos produtores acredita que a temporada atual representará um recuo de 10,53%.