Estimativa de safra de soja do Paraná tem leve alta, milho fica estável, aponta Deral
A safra de soja do Paraná 2022/23 foi estimada nesta quinta-feira em 20,9 milhões de toneladas, alta de cerca de 200 mil toneladas na comparação com a previsão de janeiro, de acordo com novos números publicados pelo Departamento de Economia Rural (Deral).
O leve aumento ante a estimativa anterior ocorreu após o órgão da Secretaria de Agricultura reduzir a projeção ao final de janeiro, citando impactos da seca em dezembro.
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Com a colheita de soja tendo sido realizada em 17% da área e com mais da metade da safra em maturação, o Deral espera agora um aumento de 70% na produção na comparação com a temporada anterior, atingida severamente pela seca.
“O relatório mensal do Deral referente ao mês de fevereiro de 2023 aponta para uma das maiores, senão a maior, safra de soja da história do Paraná”, disse o especialista em grãos Edmar Gervásio, do departamento do governo.
Ele lembrou que a produção esperada, apesar de abaixo do potencial, é ligeiramente superior ao obtido na safra recorde de 2019/20.
A área estimada também é histórica, tendo crescido 1,5% ante a safra anterior, totalizando 5,76 milhões de hectares plantados.
O Paraná deverá ser o segundo produtor de soja do Brasil em 2022/23, atrás do Mato Grosso e após perdas reduzirem produtividades no Rio Grande do Sul.
Milho
O Deral manteve a previsão de produção de milho primeira safra em 3,69 milhões de toneladas, com um alta anual de 24%, e estimou o potencial do cereal da segunda safra em 15,38 milhões de toneladas, praticamente estável ante a previsão anterior e com projeção de aumento de 16% versus 2021/22.
A colheita de milho verão atingiu 26% da área no início da semana, enquanto 62% dos campos estavam em estágio de maturação.
Para a segunda safra de milho, o plantio atingiu 26%, com um atraso que pode levar muitos produtores a trocarem o cereal pelo trigo, segundo o especialista do Deral.
Gervásio disse que normalmente o Paraná encerra fevereiro com cerca de 40% da área total semeada.
“Considerando que o período ideal para o plantio do milho nessas regiões (oeste e centro-oeste) termina em fevereiro, é possível inferir, com base no cenário atual de plantio, que entre 400.000 e 600.000 hectares poderão ser plantados fora do período ideal ou até mesmo substituídos por outra cultura, como o trigo, por exemplo”, disse Gervásio.
Ele pontuou que o plantio fora do zoneamento agrícola aumenta o risco de perdas na produção, bem como impõe restrições ao uso de recursos públicos para a cultura.
Analistas têm chamado a atenção para uma boa parte da segunda safra de milho do Paraná ser semeada fora do período ideal, após um alongamento de ciclo e problemas climáticos na soja na primeira safra.
Plantar milho fora do calendário ideal, principalmente no Paraná, deixa a safra mais sujeita a riscos de geadas mais para frente.
(Atualizada às 18:47)