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Esteves, do BTG Pactual, retorna aos holofotes em meio a especulações sobre seu cargo no banco

18 fev 2020, 14:48 - atualizado em 18 fev 2020, 14:48
André Esteves
A programação do evento previa o discurso de Esteves nesta terça-feira, mas sua participação foi adiada (Imagem: REUTERS/Nacho Doce)

O banqueiro André Esteves, um dos fundadores do BTG Pactual  (BPAC11), deve se transformar na principal atração de quarta-feira de um evento do banco de investimento que começou nesta terça-feira, marcando a volta à cena de um dos banqueiros mais conhecidos do país.

Esteves, maior acionista do banco, discutirá as perspectivas econômica e política do Brasil diante de uma audiência de aproximadamente 3.000 empresários, investidores e clientes.

Será a sua aparição pública mais proeminente desde que ele foi exonerado após sua prisão no âmbito das investigações da operação Lava Jato e despertará atenção sobre qual pode ser o papel dele no banco no futuro, onde ele continua influente.

A programação do evento previa o discurso de Esteves nesta terça-feira, mas sua participação foi adiada em razão da agenda do secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados, Salim Mattar, que falou no evento mais cedo, disse uma porta-voz do BTG.

Na sexta-feira, Sallouti disse aos jornalistas que não havia discussões em andamento sobre o retorno de Esteves à diretoria ou ao conselho de administração do banco e que o BTG estava trabalhando bem sob o formato atual.

Ainda assim, o executivo acrescentou que o futuro depende do desejo de Esteves, que já foi a principal face pública do banco, de voltar a fazer formalmente parte dos quadros do BTG.

Quando sob investigação, o banco foi forçado a cortar postos de trabalho e vender ativos em meio a fortes saques de clientes. Mas o BTG se recuperou, registrando lucro líquido 3,833 bilhões de reais no ano passado, um aumento de quase 40% ante 2018.

A aparição pública de Esteves ocorre depois que o Banco Central aprovou em dezembro o retorno de Esteves ao grupo de controle do BTG. A finalização da mudança, porém, ainda requer autorização de órgãos reguladores fora do Brasil.

No ano passado, porém, o BTG ainda viveu dias turbulentos, quando a Polícia Federal entrou na sede do banco duas vezes. Em agosto, a PF fez investigações ligadas à compra de participações em 2013 em alguns campos de petróleo africanos da Petrobras. Em outubro, o BTG e ex-funcionários do BC e do Ministério da Fazenda foram investigados sobre o suposto vazamento ilegal de decisões sobre a taxa básica de juros.

O BTG negou qualquer irregularidade relacionada ao chamado acordo PetroAfrica e disse que as alegações de vazamento da taxa de juros são falsas.