Colunista Vitreo

Esteja preparado: Ibovespa tem chances de fechar no azul nesta quinta-feira

16 dez 2021, 10:09 - atualizado em 16 dez 2021, 10:09
Tom hawkish: o vencedor do concurso de beleza da política monetária global / Carrie, a Estranha (1976)

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Bom dia, pessoal!

Acompanhando o humor ocidental de ontem (15), os mercados asiáticos fecharam predominantemente em alta nesta quinta-feira (16).

A diluição da tensão com o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) dos EUA divulgando sua decisão fez com que os investidores abrissem espaço para uma tentativa de alta neste resto de ano.

Ainda temos assuntos para endereçar, como as reuniões de política monetária de hoje na Europa, mas o caminho parece soar mais positivo – as Bolsas europeias abrem o dia em alta, acompanhadas pelos futuros americanos, também em bom humor.

O Brasil tem chance de acompanhar essa valsa, após finalmente concluir a novela da PEC dos Precatórios depois de meses de impasse.

A ver…

Finalmente, o fim da novela dos precatórios

Vale acompanhar hoje a sessão do Congresso Nacional, às 14 horas, que promulgará a Emenda Constitucional n° 114, de 2021, a famosa PEC dos Precatórios.

Ontem, a Câmara dos Deputados concluiu a votação do texto remanescente da proposta. De maneira geral, as ideias do Senado foram mantidas, com apenas uma mudança, que diz respeito ao pagamento do Fundef.

Foi retirado do projeto o cronograma trimestral de pagamentos dos precatórios do fundo – continua valendo o calendário anual de pagamentos, sendo que as dívidas relacionadas ao programa deverão ser pagas em três parcelas: 40% no primeiro ano e 30% em cada um dos dois anos seguintes.

Para hoje, destaque para a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI) do Banco Central, com o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Econômica, Fabio Kanczuk, falando sobre o documento na sequência.

Projeções e considerações adicionais sobre a inflação e a atividade serão recebidos pelo mercado na expectativa de pormenores adicionais quanto ao tom “hawkish” das últimas mensagens – muito válido depois do Focus com revisão para baixo das expectativas e IBC-Br mostrando mais um mês de queda.

Por fim, o relator-geral do Orçamento da União para 2022, deputado Hugo Leal (PSD-RJ), deve apresentar seu relatório – olhos atentos a isso.

Realmente, “transitoriedade” é coisa do passado

A palavra “transitória” foi realmente aposentada. Após alguns dias de instabilidade, antecedendo a reunião do Federal Reserve, tivemos a confirmação da aceleração do ritmo do “tapering”, correspondendo às expectativas amplamente antecipadas pelo mercado.

Os mercados americano e internacional reagiram bem com o movimento dentro do esperado, eliminando a ansiedade deste final de ano após dados de inflação fortes nos EUA.

Como conclusão da reunião de política monetária, o Federal Reserve reduzirá as compras de títulos mais rapidamente, dobrando o ritmo de US$ 15 bilhões por mês para US$ 30 bilhões por mês, a partir de janeiro.

Isso permitiria encerrar o programa de compra de ativos em março, abrindo espaço para mais aumentos de juros nos EUA em 2022.

Em setembro, metade dos participantes do Fomc não esperava um único aumento para 2022. Mas a aceleração da inflação mudou rapidamente a visão do Fed. Agora, o lendário gráfico de pontos indicou fazer três altas de juros em 2022. Serão outras três em 2023 e duas em 2024.

Com isso, o Fed conseguiu antecipar as altas sem mudar significativamente a taxa esperada para o final do ciclo, de 1,75% para 2,25%.

Assim, apesar de usualmente alta dos juros e boa performance de ações serem quase como água e óleo na literatura de finanças, o mercado entendeu que o Fed trabalhou bem as expectativas.

Os investidores ficaram, portanto, satisfeitos com o fato de que as taxas permanecerão em níveis próximos de zero até março, tendo os aumentos previsíveis das taxas agora totalmente embutidos nas previsões, dando aos mercados maior estabilidade.

A bola da vez é a Europa

Depois do Federal Reserve, os mercados globais acompanham hoje os bancos centrais da Europa (BCE) e da Inglaterra (BoE), que divulgam suas decisões de política monetária nesta manhã.

Por lá, há um nítido choque de demanda negativo decorrente da ômicron e, desta vez, há menos mecanismos de apoio do governo. Os dados e temores recentes devem ter impacto na decisão.

De maneira geral, espera-se que as autoridades, em especial o Banco da Inglaterra, mantenham suas taxas, principalmente após o fraco crescimento econômico em outubro e as novas restrições econômicas – o mercado não trabalhou bem as projeções, o que deixou as previsões para os encontros de hoje mais difusas, principalmente em termos de tom.

O BCE, por sua vez, deve anunciar que seu programa de compra de títulos terminará em março.

Anote aí!

No Brasil, em dia de posse de André Mendonça como ministro do STF, além do RTI, vale acompanharmos a Reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), às 15h, e a divulgação da Sondagem Industrial pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Enquanto isso, Paulo Guedes participa da 19ª Reunião do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI).

Lá fora, várias pesquisas de opinião sobre a confiança dos empresários estão no radar. Nos EUA, a produção industrial de novembro é destaque, com alta esperada de 0,6%, após alta de 1,6% em outubro.

A utilização da capacidade instalada é esperada em 76,8%, quase em linha com os 76,4% de outubro. O novo relatório de construção residencial para novembro é igualmente aguardado.

Muda o que na minha vida?

A recuperação econômica está cada vez mais desigual, com diferentes partes do mundo se recuperando em velocidades diferentes.

Esta semana tem se mostrado especial para este tema, uma vez que diversos bancos centrais ao redor do mundo estão anunciando suas decisões de política monetária.

Ao contrário do início da pandemia, contudo, quando sua ação para evitar uma depressão global era altamente sincronizada, as respostas à inflação e à variante ômicron variam amplamente a depender da região.

Enquanto os países emergentes mais sensíveis, como o Brasil, já começaram o aperto com alta dos juros há alguns meses, os bancos centrais de países desenvolvidos ainda debatem o ritmo para a retirada dos programas de compra de ativos, como no caso do Fed, do BCE e do BoE.

Depois de taxas de inflação bastante altas para os padrões históricos, tais autoridades começam a engrossar o tom, como foi o caso nos EUA e deverá ser hoje também na Europa.

A diferença é que, enquanto os americanos evitaram, pelo menos até agora, adicionar novas restrições, os europeus já as impuseram.

Ou seja, o descasamento entre atividade, inflação e possibilidade de atuação monetária ao redor do mundo se intensifica ainda mais.

Aliás, mesmo antes da chegada da ômicron, a recuperação econômica na Europa estava perdendo ímpeto devido a problemas na cadeia de suprimentos e um alto número de casos de Covid-19.

Isso coloca o Banco da Inglaterra e o Banco Central Europeu em uma posição difícil, pois também tentam combater a inflação.

Se agirem rápido demais para retirar o apoio e tentar controlar os preços, correm o risco de reverter os ganhos duramente conquistados na atividade e nos empregos.

O alento para nós brasileiros é que, em meio a tal dinâmica, a China não está pensando em quando apertar a política, voltando ao modo de flexibilização à medida que sua economia desacelera e as incorporadoras imobiliárias não pagam suas dívidas.

Como a recuperação da China começou mais cedo do que na Europa e nos Estados Unidos, ela acabou terminando mais rápido.

Em março de 2020, estava claro o que os bancos centrais deveriam fazer para evitar uma catástrofe.

Hoje, à medida que queremos reverter tais medidas, a história não é a mesma. A situação é única na história e se mostra bastante difícil de se trabalhar.

Para os mercados, quanto mais bem trabalhadas forem as expectativas, com gradualismo, transparência e boa comunicação, melhor será para a performance dos ativos.

Um abraço,

Jojo Wachsmann

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