Este avião é chave para o sucesso da Azul
O avião da Airbus modelo A320neo de 174 assentos é o responsável pelo bom desempenho recente da companhia aérea Azul (AZUL4). O início da operação das oito aeronaves resultou em uma forte redução no custo por assento-quilômetro, apesar de o modelo ainda representar uma pequena porção das 123 em operação.
Gostou desta notícia? Receba nosso conteúdo gratuito
Eles apresentam uma produtividade extraordinária, com uma taxa média de utilização de 14 horas-bloco por dia, e as rotas em que eles operam atualmente estão apresentando um forte crescimento em margem”, disse David Neeleman, fundador e Presidente do Conselho da Azul nos comentários da apresentação dos resultados.
A Azul apresentou os resultados do segundo trimestre nesta semana e obteve um prejuízo líquido de R$ 33,9 milhões. O valor representa um recuo de 71,7% em relação ao prejuízo visto um ano antes. Apesar disso, os custos por assento-quilômetro e as margens estão em tendência mais favorável.
Custos
O A320neo ajudou ainda, por ser mais eficiente na queima do querosene, a compensar o efeito negativo que foi causado pelo aumento de 5,9% do preço do combustível. Mais três aeronaves entrarão em operação até o final do ano, o que deve ajudar a ampliar a participação do modelo de 12,6% do total de ASK (assentos disponíveis multiplicados pelos quilômetros voados) para 20%.
“A introdução das aeronaves A320neo continua direcionando uma relevante redução no custo por assento quilômetro (CASK)”, explica o analista Victor Mizusaki do Bradesco. A queda chegou a 4,9% no segundo trimestre na comparação com o ano anterior. Tudo isso ajudou a um avanço de 41% no Ebitdar, para R$ 476 milhões. Este indicador financeiro representa, além do lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, os gastos com leasing de aeronaves. O analista elevou o preço-alvo para as ações de R$ 32 para R$ 35 e manteve a recomendação de compra.
A margem Ebit subiu de 0,1% no ano passado para 6,1% entre abril e junho. O resultado é significativamente superior ao da Gol, por exemplo, que ficou em 1,7%, ressalta o analista do Citi Stephen Trent.
“Em contraste com algumas de suas rivais, as normas e explicações contábeis da Azul são claras. Adicionalmente, o foco da transportadora em rotas de menor densidade dá mais suporte para a tendência da receita unitária (receita por assento por quilômetro)”, destaca Trent.