Estas são as 3 ações de dividendos para encarar o segundo semestre; veja
Com um cenário de volatilidade e carregado de incertezas, investir em ações que pagam dividendos pode ser uma boa saída tanto para se proteger como para ganhar com os proventos.
De acordo com o analista Múrilo Breder, da NuInvest, as empresas pagadoras de dividendos seguem demonstrando sua resiliência em meio ao cenário conturbado da bolsa.
“Isso porque, para uma empresa distribuir proventos, ela normalmente já se encontra em um estágio maduro, seu produto e/ou serviço já foram testados no mercado, é uma empresa lucrativa e seu endividamento está controlado. Essas características formam uma espécie de seleção natural que nos ajuda a nos defender em momentos de queda”, explica.
Ele lembra que o mercado é cíclico e, nesse exato momento, as pagadoras de dividendos estão na crista da onda.
“Como são empresas bastante resilientes, é muito improvável ver ativos com essas características tendo quedas mais expressivas do que a média de mercado”, completa.
Porém, ele recorda que o Ibovespa e Índice Small Caps negociando nas mínimas em termos do múltiplo P/L (preço sobre o lucro), em algum momento do futuro, as demais empresas também devem reagir.
O Money Times pediu para que Guilherme Gentile, head de análise da plataforma dividendos.me, indicasse as ações de dividendos para encarar o segundo o semestre.
Veja a seguir as ações de dividendos:
Copel, a elétrica que não pode faltar
A Copel (CPLE3) é uma das maiores empresas do setor de energia do país e abriu seu capital na bolsa em 1997.
Ela atua em praticamente todas as frente nesse setor: geração (57%), transmissão (11%), distribuição (20%) e comercialização (14%) de energia, sendo um player bem diversificado dentro das suas fontes de receita.
“Apesar de ser uma empresa estatal, ou seja, seu controle acionário pertence ao estado do Paraná, ela conseguiu melhorar bastante sua governança corporativa nos últimos anos, seja na criação de estatutos, mudança para o nível 2 da B3 e até um CEO com experiência de mercado ao invés de indicações do controlador”, coloca Gentile.
Na última semana, o consórcio composto pela Engie Brasil (EGIE3) e Copel se habilitou para disputar o leilão de transmissão ocorrido na B3, em São Paulo, mas não apresentou oferta.
“A expectativa do mercado é de um dividend yield em 2022 de 10% para a companhia, porém, caso ele não encontre oportunidades atrativas de investimento do seu capital excedente, é bem possível que distribuições extraordinárias aconteçam”, diz.
Metal Leve
A Mahle Metal Leve (LEVE3) é uma empresa brasileira focada na fabricação de peças automotivas. Foi adquirida pela Mahle, uma multinacional alemã mundialmente conhecida nesse segmento.
A empresa segrega suas atividades em dois segmentos, o de equipamentos originais, ligado as montadoras em si, e no aftermarket, que seria basicamente peças de reposição.
“Por ter um controlador no exterior e que gosta ser remunerado através de dividendos, a companhia geralmente distribui 100% do seu lucro líquido do exercício, e historicamente tem dividend yield de 10%, ou seja, para o investidor que gosta da estratégia de dividendos, essa empresa se encaixa perfeitamente”, diz Gentile.
Volta por cima da Taurus
A Taurus (TASA4) é uma empresa do segmento de defesa, líder em fabricação de revolveres e pistolas, além de fabricar outras armas.
A empresa reportou lucro líquido de R$ 195 milhões. Em comparação com o 1T21, o valor cresceu 186,3%.
A receita líquida também melhorou, se expandido 22,8% e atingindo R$ 676,6 milhões. O Ebitda ajustado cresceu 37,6% e chegou a R$ 242,6 milhões, à margem de 35,9%.
Gentile lembra que a empresa tem a sua historia um pouco conturbada no inicio da década, culminando em uma serie de erros e dificuldades que geraram prejuízos recorrentes.
“Porém em 2015 houve uma mudança do controlador e de toda sua diretoria o que resultou em um turnaround bem sucedido, eliminando por completo o seu endividamento e melhorando o seu produto o que resultou em uma empresa hoje geradora de caixa”, completa.
Nós últimos dois anos a empresa viveu um bom momento, surfando o aumento da demanda por armas nos Estados Unidos, que representa hoje cerca de 80% do seu faturamento.
“Com o endividamento resolvido e o patrimônio líquido da companhia hoje no positiva, possibilitou a Taurus a distribuir dividendos no 1º semestre de 2022 de cerca de R$ 1,62 por ação, representando um dividend yield de cerca de 9,77%”,
Apesar disso, o analista diz que a grande questão que fica é quanto dessa grande demanda vai continuar no ano corrente, “o que dificulta realizar uma estimativa de quanto será o seu resultado, porém se ela manter o mesmo lucro do ano anterior e distribuir 50% desse lucro, geraria um dividendo de R$ 2,67 por ação, o que resultaria em um dividend yield, com base na cotação atual de 16%”.
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