‘Vivemos pico de gargalo em contêineres nos portos’, afirma CEO da SLC Agrícola (SLCE3)
O CEO da SLC Agricola (SLCE3), Aurélio Pavinato, afirmou nesta terça-feira (28) que apesar dos avanços quanto aos gargalos logísticos nos portos brasileiros, o Brasil vive um pico do gargalo de contêineres.
“Atualmente, não temos praticamente gargalos na parte de grãos nos portos brasileiros. Com todo o Corredor Norte que foi desenvolvido, pelo incremento na capacidade nos portos do Sudeste e do Nordeste“, disse. Segundo Pavinato, o problema nos contêineres atinge produtos como açúcar, algodão e café.
O comentário ocorreu durante o painel “Brazilian Agriculture: A Global player in a Connected World”, que também contou com a participação do CFO da Minerva Foods (BEEF3), Edison Ticle, e Erasmo Battistella, CEO da Be8, no primeiro dia do Latin America Investment Conference (LAIC), evento do UBS.
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“Dobramos a produção de algodão nos últimos três anos, então enfrentamos um gargalo de contêineres nos portos. Precisamos de investimentos em capacidade. Historicamente, o Brasil não trabalha com um planejamento estratégico de infraestrutura. Primeiro vem a produção, aparece o gargalo e depois vêm os investimentos. A ordem dos fatores é invertida”.
Para 2025, segundo projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o Brasil vai colher uma safra próxima de 322 milhões de toneladas de grãos. Na visão do CEO da SLC Agrícola, isso deve gerar gargalos. Mas isso não é novidade, já que o Brasil registrou produção recorde em 2023.
“O gargalo de 2025 não vai ser pior do que foi em 2023, já que escoamos a produção com um consumo doméstico menor. Nesses últimos 3 anos, vimos o consumo doméstico do milho crescer bastante, puxado pelas carnes e biocombustíveis. Esse ano vamos consumir 21 milhões de toneladas de milho no mercado interno. Os gargalos logísticos existem, mas não limitam nossas exportações. Só poderíamos ter margens melhores”, diz Pavinato.