Internacional

Estados Unidos: Powell diz que Fed está ‘mais perto’ de cortar juros e não descarta início em setembro

31 jul 2024, 17:16 - atualizado em 31 jul 2024, 18:29
Powell não descarta início da flexibilização da política monetária dos Estados Unidos na reunião de setembro (Imagem: Reuters/Kevin Lamarque)

O presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, acredita que os Estados Unidos estão “chegando mais perto do ponto em que será apropriado cortar os juros”. No entanto, ele diz que os dados econômicos ainda não passam confiança suficiente de que o país já está nesse ponto.

Apesar disso, Powell não descartou um início da flexibilização da política monetária na reunião de setembro. Segundo ele, um primeiro corte estará na mesa se a inflação cair rapidamente ou em linha com as expectativas, o crescimento seguir forte e o mercado de trabalho continuar consistente.

O presidente, no entanto, não quis dar uma orientação futura específica sobre quando o Fed vai começar a cortar juros, nem sobre o ritmo do ciclo. “Não fizemos nenhuma decisão sobre as reuniões futuras. Isso inclui setembro”, afirmou.

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“O caminho à frente vai depender da forma como a economia evoluir. É altamente incerto”, destacou em coletiva de imprensa, após a divulgação da decisão.

O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) optou por realizar mais uma manutenção nos juros de referência dos EUA nesta quarta-feira (31). A taxa segue no intervalo de 5,25% a 5,50% pela oitava reunião seguida.

Segundo Powell, as leituras da inflação do segundo trimestre deste ano aumentaram a confiança do Comitê para cortar juros e mais dados positivos podem fortalecer essa segurança.

Powell adota tom mais dovish

O economista-chefe da Nova Futura, Nicolas Borsoi, destaca que, apesar de o comunicado não vir exatamente dovish, o Fed indicou “vários pontos de alívio”, ao caracterizar a criação de empregos como moderadas e a inflação como mais equilibrada.

“Indicadores recentes sugerem que a atividade econômica continuou a se expandir em um ritmo sólido. Os ganhos de emprego foram moderados, e a taxa de desemprego aumentou, mas continua baixa. A inflação diminuiu no ano passado, mas continua um pouco elevada. Nos últimos meses, houve algum progresso adicional em direção à meta de inflação de 2% do Comitê”, disse o Comitê.

Para o economista, o Comitê não deu sinais claros de cortes de juros em setembro no comunicado. “Vai precisar de dados de inflação muito benignos à frente”, afirmou.

Por outro lado, Powell optou por um tom mais dovish na coletiva, pavimentando o início da flexibilização monetária.

“Mesmo a pergunta sobre um corte de 0,50% não foi negada de forma veemente, Powell só afirmou que ‘não é algo que estamos considerando agora’. Além disso, na pergunta sobre uma possível discussão de corte de juros hoje, Powell não negou, apenas respondeu que ‘a manutenção de juros foi unânime’”, afirmou Borsoi.

O economista mantém o cenário de duas reduções nos juros dos EUA em 2024, em setembro e dezembro. No entanto, ele acredita que o mercado vai flertar com a precificação de três cortes ou um ciclo mais agressivo, principalmente se o payroll de sexta e os dados de inflação continuarem na dinâmica recente.

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