Internacional

Estados Unidos e Rússia concordam em iniciar esforços por paz na Ucrânia, afirma Departamento de Estado dos EUA

18 fev 2025, 11:05 - atualizado em 18 fev 2025, 11:05
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A Rússia quer que a Otan renuncie à sua promessa de 2008 de um dia conceder à Ucrânia adesão à aliança militar liderada pelos Estados Unidos. (REUTERS/ Valentyn Ogirenko)

Os Estados Unidos e a Rússia concordaram, nesta terça-feira (18), em abordar os “problemas” do relacionamento entre os dois países e começar a trabalhar em um caminho para acabar com a guerra da Rússia na Ucrânia, informou o Departamento de Estado dos EUA, deixando claro que o esforço está em seus estágios iniciais.

“Uma ligação telefônica seguida de uma reunião não é suficiente para estabelecer uma paz duradoura”, disse a porta-voz do Departamento de Estado, Tammy Bruce, após as reuniões na Arábia Saudita.

Autoridades graduadas dos Estados Unidos disseram, após negociações com uma delegação da Rússia, que esperam que as conversas envolvendo a guerra na Ucrânia incluam território e garantias de segurança.

O conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Mike Waltz, ao lado do secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, e do enviado especial Steve Witkoff, disse que as delegações não estabeleceram uma data para um encontro de cúpula entre os presidentes dos EUA, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin.

Rússia diz que Otan precisa retirar promessa de adesão à Ucrânia feita em 2008

A Rússia quer que a Otan renuncie à sua promessa de 2008 de um dia conceder à Ucrânia adesão à aliança militar liderada pelos Estados Unidos e que a Ucrânia concorde com a neutralidade, disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Maria Zakharov.

A adesão da Ucrânia à Otan é inaceitável para a Rússia, mas uma simples recusa em deixá-la entrar também é insuficiente para Moscou, segundo a porta-voz.

“Vale ressaltar que a recusa em aceitar Kiev na Otan não é suficiente agora”, disse Zakharova em resposta a uma pergunta da Reuters. “A aliança precisa rejeitar as promessas de Bucareste de 2008”.

“Caso contrário, esse problema continuará a envenenar a atmosfera no continente europeu”, afirmou ela.

Zakharova disse que a Ucrânia precisa retornar à posição de sua declaração de soberania de 1990 da União Soviética, na qual Kiev afirmou que se tornaria um Estado permanentemente neutro, não participaria de blocos militares e permaneceria livre de armas nucleares.

“O que a Ucrânia precisa fazer é retornar às origens de sua própria condição de Estado e seguir a letra e o espírito dos documentos”, disse Zakharova.

“Essa seria a melhor garantia de sua segurança”, declarou ela, acrescentando que nem a adesão à Otan nem a intervenção ocidental “sob o disfarce de um contingente de manutenção da paz” poderiam dar à Ucrânia essa segurança.

Em uma reunião de cúpula em Bucareste, em abril de 2008, a Otan declarou que tanto a Ucrânia quanto a Geórgia se uniriam à aliança de defesa liderada pelos EUA, mas não lhes deu nenhum cronograma ou plano de como chegar lá.

A declaração foi um compromisso que preencheu as lacunas entre os Estados Unidos, que queriam admitir os dois países, e a França e a Alemanha, que temiam que isso antagonizasse a Rússia.

A Rússia tem citado repetidamente a ampliação pós-soviética da Otan e, especificamente, as ambições de Kiev na Otan, como motivo para a guerra na Ucrânia. A Otan rejeita essa afirmação, dizendo que é uma aliança defensiva que, nos últimos três anos, tem ajudado Kiev a lutar contra a invasão russa.

O presidente Vladimir Putin diz que os Estados Unidos, desde o fim da Guerra Fria, ignoraram arrogantemente as preocupações legítimas da Rússia sobre a ampliação da Otan, que foi criada em 1949 para fornecer segurança coletiva a um grupo de países ocidentais contra a União Soviética.

A Reuters informou em novembro que Putin está aberto a discutir um acordo de paz na Ucrânia com Trump, mas descarta a possibilidade de fazer concessões territoriais importantes e insiste que Kiev abandone as ambições de se juntar à Otan.

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reuters@moneytimes.com.br
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